BÓRGIA - O PODER E O INCESTO
Título: BÓRGIA - O PODER E O INCESTO (Conrad
Editora) - Edição especial
Autores: Alejandro Jodorowsky (texto) e Milo Manara (desenhos).
Preço: R$ 39,00
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Março de 2006
Sinopse: Rodrigo Bórgia, consagrado Alexandre VI depois de uma série de tramóias, perdeu o controle de Roma. O povo acredita que Deus esqueceu-se da cidade, e que, portanto, as pessoas podem pecar à vontade, promovendo furtos e orgias a céu aberto.
Ao mesmo tempo, o papa sente-se ameaçado por outras nações.
Para resolver o problema e aumentar seu domínio sobre a Europa, Rodrigo não se exime de tramar, matar e envolver seus próprios filhos - também sedentos de poder.
Positivo/Negativo: Assim como Jodorowsky e Manara são grandes mestres dos quadrinhos, Bórgia é uma obra marcante, uma obra-prima. Seus volumes ainda não contam com um reconhecimento igual ao de trabalhos anteriores dos autores por um bom motivo: diferentemente de O Clic e Incal, a série é extremamente recente no mundo todo.
O primeiro volume é de novembro de 2004 e este, de janeiro deste ano. A Conrad mal deu tempo para gerar expectativa e fazer o leitor correr atrás das edições européias. E ainda fez um álbum caprichadíssimo, com papel couché de boa gramatura, e cada dura com arte ainda mais bonita que a originai.
A editora trocou o segundo plano do desenho de Manara por um preto sólido e usou caracteres mais elegantes no logotipo. Falando assim, parece sacrilégio, mas é só comparar pra ver que a capa brasileira é bem mais bacana. A única sugestão para melhorar seria a republicação da arte original no interior.
Mas não é só pelo refinamento da edição ou pela adaptação ágil que Bórgia ganha pontos.
A recriação da Renascença da dupla de artistas é soberba. Enquanto Jodorowsky consegue sintetizar em poucos balões todo o contexto político da época, que é pano de fundo para a trama, Manara representar muito bem os dois pólos da história: o profano, que já lhe é habitual nos quadrinhos eróticos, interage bem como o sagrado. Isso é fundamental para uma saga que tem como base a corrupção do Vaticano pelos Bórgia, em uma luta insaciável pelo poder.
Neste volume, a dupla também consegue transformar a bela Lucrécia Bórgia em uma jovem absolutamente sensual, mesclando atitudes devassas e pensamento maquiavélico (afinal, é ele, Maquiavel, o mentor dos Bórgia) com a beleza incomparável das mulheres de Manara. Tanto que a moça consegue ficar lado a lado com seu pai e ainda assumir o protagonismo da série.
Classificação: