BUDA # 6 – NA FLORESTA DE URUVELLA
Título: BUDA # 6 – NA FLORESTA DE URUVELLA (Conrad
Editora) - Série mensal
Autores: Osamu Tezuka (texto e arte).
Preço: R$ 19,90
Número de páginas: 232
Data de lançamento: Julho de 2005
Sinopse: Siddhartha conhece a princesa Vissakha, que busca a felicidade nas drogas. Apaixonada, ela tenta seduzi-lo.
Mas Tahta chega ao reino e o ataca para pilhá-lo e para buscar o Siddhartha. Para encerrar a onde de violência, o jovem príncipe aceita retornar à sua terra natal em dez anos.
Mas, antes, segue para Uruvella, um bosque em que os ascetas se dedicam a uma intensa autoflagelação, se torturando de várias formas em busca de elevação espiritual.
Já Tahta entra em uma fase terrível de sua vida: vira pária no vilarejo de Uruvella, descobre que Mighella está grávida. Pra piorar, ela fica muito doente.
Nesta edição, o rei Bimbisara batiza Siddhartha como Buda, "aquele que despertou".
Positivo/Negativo: Tem horas em que resenhar quadrinhos fica até chato, de tanta coisa ruim que se vê. A irregularidade de diversas séries é gritante. E os temas acabam sendo sempre os mesmos. Encontrar uma série como Buda, nesses momentos, é mais do que um prazer: é uma profissão de fé na Nona Arte.
A formação de um líder espiritual podia ser retratada de diversas formas, mas Tezuka o faz com humor, leveza, agilidade, simpatia e carisma; e sem pieguices, excessos ou fanatismo. O tema é sério, há densidade no roteiro, porém ele é conduzido com uma beleza rara.
A história ganha ainda mais pontos quando se leva em consideração que se trata de uma biografia, e que o gênero raramente funciona bem em HQs. O próprio Tezuka teve sua vida contada em quatro álbuns lançados pela mesma Conrad - e que são, ainda que interessantes, chatos de serem lidos.
Mesmo quando caem no humor, como a sempre citada Pateta Faz História, as séries acabam ganhando um peso didático que atrapalha a narrativa. Ao fazer da leitura um prazer, Tezuka consegue fazer o leitor acompanhar a série com gosto - e assim é bem mais fácil apreender seu conteúdo.
Anda difícil se ver HQs que mereçam a nota máxima. Uma série que recebe os cinco balões do Universo HQ em todos os volumes, então, é uma preciosidade. E não são só o roteiro e a arte de Tezuka que merecem o destaque, pois a Conrad também fez sua parte: criou um formato simpático, com papel de qualidade, boa encadernação, impressão digna e um modelo de lançamento mensal bastante gostoso. E com um preço justíssimo.
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