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CABETULA – DIA DO PEDIDO # 3

1 dezembro 2010

CABETULA - DIA DO PEDIDO # 3

Editora: Olindomar - Revista mensal

Autor: Lindomar e Olímpio (roteiro e desenhos).

Preço: não consta da revista

Número de páginas: 32

Data de lançamento: 2006

 

Sinopse

Cabetula é um típico angolano que luta para sobreviver. Entretanto, não foge de uma boa farra e aproveita para ludibriar as mulheres e os vizinhos, com muita malandragem.

Positivo/Negativo

Muitos leitores brasileiros têm curiosidade de saber como são os quadrinhos ao redor do mundo. Tirando alguns casos isolados, o que domina as bancas brasileiras são os títulos norte-americanos, japoneses, brasileiros (Turma da Mônica, basicamente) e alguns europeus, principalmente os fumetti.

Mesmo da nossa vizinha Argentina, que tem um território fértil na produção quadrinhística, pouca coisa chega às terras tupiniquins.

As ótimas colunas de Sonia Luyten, aqui mesmo no UHQ, ajudam a compreender um pouco mais o panorama dos quadrinhos pelo mundo, mas é sempre uma curiosidade se deparar com um material estrangeiro tão incomum quanto a HQ Cabetula, de origem angolana.

Assinada por Olímpio e Lindomar, dois autores locais, o gibi conta as desventuras do malandro Cabetula, que, em muitas ocasiões, lembra o nosso Zé Carioca.

Cabetula está sempre sem grana, tentando enganar alguém para se dar bem. Suas histórias se passam na periferia, provavelmente no bairro do Catete, na província de Bengo, de onde o protagonista diz ser natural.

As heranças comuns entre brasileiros e angolanos da colonização portuguesa são notórias em alguns momentos, como quando há um europeu que só pensa em ganhar dinheiro para voltar a Portugal.

Em outros momentos, sobretudo no complexo vocabulário com palavras vindas do calão, as particularidades angolanas se sobressaem.

Apesar do interesse quase científico pela HQ, infelizmente falta qualidade. Os roteiros são bobos e os desenhos, primários. A diagramação é simples e não há qualquer destaque artístico em especial.

O destaque fica para a grande quantidade de publicidade, com direito inclusive a um merchandising muito pesado da empresa de telefonia Unitel, que faz Cabetula usar um celular no cinto o tempo todo e, sempre que possível, falar a respeito dela.

Apesar de chato quando em excesso, esse "merchan" é algo que falta aos autores brasileiros para ajudar a viabilizar suas produções.

Classificação:

4,0

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