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CAFÉ ESPACIAL # 1

1 dezembro 2007


Título: CAFÉ ESPACIAL # 1 (Quadrinhópole)
- Revista independente

Autores: Borboleta em uma roda - Sérgio Chaves (roteiro) e Ebbios (arte);

Do outro lado da rua - Fábio Lyra (roteiro e arte);

Quando quiser desaparecer, prenda a respiração - DW (roteiro e arte);

Negrume - DW (roteiro e arte);

Sob o peso de nossas asas - Dark Markos (roteiro) e Laudo (arte);

Ponto - DW (roteiro e arte).

Preço: R$ 4,00

Número de páginas: 40

Data de lançamento: Outubro de 2007

Sinopse: A revista apresenta uma coletânea de HQs curtas, além de contos, entrevistas e artigos sobre arte.

Positivo/Negativo: Quem não lê só quadrinhos e curte literatura, música, cinema, entre outras coisas, tem na nova revista independente Café Espacial uma ótima opção.

Esta revista editada por Sergio Chaves, que há alguns anos faz o fanzine sobre quadrinhos Justiça Eterna, estreou muito bem. Além de um projeto editorial bacana, dosa na medida certa quadrinhos e textos e mantém uma certa uniformidade em tudo que é apresentado.

Inicialmente, chama a atenção a alta qualidade das artes dos quadrinhos. Depois, é difícil não notar a predominância de um lirismo e uma forte inclinação literária, nos contos e também nas HQs.

A revista abre com uma história de sentimentos intensos, Borboleta em uma roda, que mostra uma pintora que perdeu a inspiração desde que seu namorado a deixou. O único problema é não ser exatamente uma HQ. O texto é genial, poético, inteligente; e os desenhos, ótimos. Contudo, não há uma interação entre um e outro.

Borboleta em uma roda está mais para um conto ilustrado, pois lhe falta uma maior intimidade entre o texto e a imagem, já que um funciona facilmente sem o outro.

O mesmo acontece em Sob o peso de nossas asas. O desenho do Laudo está muito bom, principalmente os tons de cinza. Só a arte dele vale toda a revista. O texto é tão bem pensado, que não precisa dos quadrinhos. Parece que está sendo recitado, enquanto correm as ilustrações, que poderiam ou não estar lá.

Do outro lado da rua é a HQ mais prosaica da edição. Fala de uma garota que todos os dias admira um sujeito que não conhece, mas que pega o ônibus do outro lado da rua onde ela mora. Com um traço agradável e uma trama simpática, mesmo sem todo o lirismo do restante da revista, agrada o leitor.

Os outros quadrinhos são um trabalho experimental de DW. São páginas herméticas, com uma arte diferente, bem fora dos padrões e um tanto impactante. Mas ele é quem mais destoa do padrão visual da revista, principalmente em Negrume.

Vale dizer que, além dos excelentes quadrinhos, outra grande atração são os contos. A seção Café Literário traz três textos curtos e fortes. O único problema é que eles pecam pelo formalismo excessivo da linguagem. Se fosse um pouco mais leve, em nada prejudicaria o conteúdo e tornaria mais agradável a leitura.

A revista ainda traz entrevistas com bandas punks independentes e uma curiosa seção chamada Diabo a Quatro, na qual dois diabos fazem pequenos e provocantes ensaios sobre arte e literatura.

Vale conhecer Café Espacial, pois a revista é um excelente começo para se fazer aquela necessária ponte entre quadrinhos e outras artes.

Classificação:

4,0

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