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CAGES # 1

1 dezembro 2010

CAGES # 1

Editora: Tundra Publishing - Minissérie em dez partes

Autor: Dave McKean (roteiro e arte).

Preço: U$ 3,50

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Dezembro de 1990

 

Sinopse

Cages é uma história sobre artistas, como o pintor Leo Sabarsky, vários moradores de um mesmo edifício, um gato e sobre as origens do universo.

Positivo/Negativo

Esta minissérie é aberta com uma longa introdução, que mais parece um livro ilustrado resumindo a criação do universo. Nela, McKean mistura diversas técnicas artísticas.

Apesar de obras como Orquídea Negra e Asilo Arkham, Dave McKean é mais conhecido por seu trabalho como ilustrador e capista do que por seus esforços como quadrinhista, o que é uma grande injustiça.

Em Cages, ele prova que é um grande escritor, capaz de criar uma obra complexa e profunda, repleta de momentos bastante originais, sem se refugiar nos clichês que eram costumeiros nas HQs publicadas no final da década de 1980.

Para os leitores acostumados às suas pinturas e fotomontagens, a arte desta série abre um novo horizonte. McKean usa pena e pincel - sem o auxílio de réguas e gabaritos - para manipular o nanquim e criar páginas cheias de personalidade. O resultado lembra um pouco o traço do argentino José Muñoz.

O branco e o preto são complementados por um tom frio, cinza azulado, salpicado nos quadros para criar contraste e ressaltar a relação entre os planos.

Em alguns quadros (estrelados por um personagem que é um músico flautista), McKean usou este tom para imprimir discretamente uma partitura musical na "calha", o espaço entre um quadrinho e outro, também chamado de "sarjeta".

Em algumas sequências, McKean volta a surpreender, usando com sutileza a sua técnica tradicional de pintura.

Nesta primeira edição, o leitor está tão perdido quanto o pintor Leo Sabarsky, que busca o prédio para o qual está se mudando. E McKean não está interessado em explicar muita coisa neste momento.

Seu esforço se limita a apresentar os personagens, o cenário e alguns fatos que serão pertinentes no desenrolar da trama.

A leitura de Cages exige empenho e, desde o início, já é possível compreender que a jornada será tão importante quanto o seu desfecho; e que o leitor é apenas um observador distante, um voyeur vislumbrando os personagens se movimentando pelos quadros da página como se fossem janelas de um edifício.

Vinte anos depois de seu lançamento, Cages continua inédito no Brasil. Uma pena.

Classificação:

4,0

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