CAMELOT 3000
Editora: Panini Comics - Edição especial
Autores: Mike Barr (roteiro) e Brian Bolland (arte).
Preço: R$ 82,00
Número de páginas: 320
Data de lançamento: Setembro de 2010
Sinopse
Após milênios adormecidos, o Rei Arthur e seus cavaleiros ressurgem no ano 3000 para salvar a humanidade de um terrível ataque de alienígenas, que promete dizimar a vida na Terra.
Neste cenário, despertam também as paixões e intrigas do passado, colocando em risco o sucesso da missão que, por si só, já era difícil.
Positivo/Negativo
Camelot 3000 é daqueles gibis pra ler de "uma tacada só". O roteiro de Mike Barr é ágil e, apesar do ritmo frenético, consegue envolver o leitor. A visão do futuro do autor é cada dia mais atual.
Mesmo com certas questões estéticas tendo se tornado ultrapassadas, a forma como Barr trabalha o ambiente político e a metalinguagem da salvação da humanidade é atemporal. O seu ano 3000 fica mais perto ainda quando temas como transexualidade, lesbianismo, adultério, ocultismo, entre outros, que nos anos 1980 causavam tanta polêmica, hoje são assuntos banalizados pelo cotidiano.
A ótima introdução do roteirista é um importante complemento ao álbum, explicando, além do processo de desenvolvimento, um pouco dos motivos que tornaram Camelot 3000 um marco na história dos quadrinhos.
A arte de Brian Bolland também é fundamental para o sucesso da HQ. As expressões faciais no seu traço são absurdamente convincentes, empurrando o leitor para dentro do universo fantástico da Nova Camelot. Não é à toa que este inglês é considerado um dos maiores quadrinhistas de todos os tempos.
A colorização de Tatjana Wood é memorável. Para o leitor mais saudosista, então, é um prato cheio de nostalgia, no melhor sentido.
Em 25 anos, esta é a quarta vez que Camelot 3000 é publicada no Brasil. Mas esta é a primeira edição que entrega aquilo que o épico de Barr e Bolland merece.
A primeira tentativa aconteceu em 1985, quando a Abril lançou a HQ em formatinho, nas revistas mensais Superamigos e Batman e, posteriormente, em uma minissérie de quatro volumes, em 1988. Ambas sofreram cortes no conteúdo da história.
A temática adulta e avançada para a época, o formato diferenciado de publicação e tudo aquilo que tornou Camelot 3000 revolucionário no mercado norte-americano não foram bem entendidos e aproveitados pelos editores brasileiros da época, que optaram por publicar a saga em revistas voltadas para o público juvenil, limando aquilo que consideravam ofensivo.
Em 2005, a Mythos lançou um encadernado com péssimo tratamento editorial e gráfico, por um preço que não condizia com o produto final (R$ 59,90).
Baseando-se na edição de luxo lançada pela DC em 2008, a Panini trouxe para o Brasil a versão que aplacaria o anseio dos fãs. Mas o preço deve afugentar muita gente. Para se ter uma ideia, encomendar o álbum original pelo Amazon.com, mesmo com o frete, sai mais barato que a versão nacional.
Além disso, em uma edição que cobra e se diz de luxo, erros de revisão, por mais bobos que sejam, não podem ser aceitos. E basta ler a introdução para encontrar uma série deles.
Apesar dos problemas, Camelot 3000 é indispensável na estante de qualquer fã de quadrinhos de qualidade. Os extras não chegam a acrescentar muito, mas ler esta versão sci-fi dos Cavaleiros da Távola Redonda sem cortes e impresso na melhor qualidade, definitivamente, não tem preço.
Classificação: