CHALAÇA – O AMIGO DO IMPERADOR
Autores: André Diniz (roteiro) e Antonio Eder (desenhos).
Preço: R$ 25,00
Número de páginas: 88
Data de lançamento: Agosto de 2005
Sinopse: Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, é o amigo e confidente do príncipe Dom Pedro I.
Mulherengo, boêmio e astuto, Chalaça aproveita sua amizade com o príncipe regente para subir degraus na corte brasileira, fazendo mais inimizades do que amizades.
Positivo/Negativo: Segundo o dicionário Aurélio, chalaça quer dizer dito zombeteiro, gracejo de mau gosto ou insolente, graçola, chocarrice, caçoada, troça, zombaria. O apelido caiu como uma luva para Francisco Gomes da Silva.
Francisco desembarcou no Brasil juntamente com os 15 mil portugueses que acompanharam a família real portuguesa durante a fuga do cerco naval de Napoleão Bonaparte à península ibérica em 1807.
Trabalhou como barbeiro, dentista e sangrador, mas fez nome mesmo na noite, bebendo e conquistando as mulheres. Conseguiu ser nomeado funcionário do Paço Imperial, e logo caiu nas graças de D. Pedro I, ao facilitar as saídas do príncipe regente para aventuras amorosas e farras diversas.
O álbum de André Diniz e Antonio Eder mostra de forma irônica a vida do bon vivant Chalaça, misturando ficção e realidade nesta quase biografia. São tantas as histórias do personagem, que é impossível distinguir realmente o que é ficção ou realidade.
A linha narrativa optou pela ironia refinada, mostrando os fatos históricos mais conhecidos, como o perfil de conquistador, que lhe custou um exílio da corte por ter sido flagrado aos beijos com uma das criadas do Paço Imperial pelo próprio D. João VI, bem como por ser alcoviteiro de D. Pedro I, arranjando inclusive seu primeiro encontro com a Marquesa de Santos.
Os desenhos no estilo cartunesco e caricato lembram muito o desenhista Sergio Aragonés e cumprem seu papel dentro da proposta da obra. A opção pelo preto e branco combina com a ambientação no período colonial e a narrativa é fluida e de fácil entendimento.
O acabamento do álbum é ótimo, principalmente nas capas, que possuem abas marcadoras de páginas e laminação fosca.
O único senão, fica para a quantidade de páginas, que poderia ser um pouco maior, abrangendo mais da história dessa figura quase obscura, porém tão interessante, do período imperial brasileiro.
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