CLÁSSICOS DA LITERATURA DISNEY – VOLUME 30 – UM CONTO DE NATAL
Editora: Abril - Edição especial
Autores: Um conto de Natal - Guido Martina (roteiro) e José Colomer Fonts (desenhos);
Noite feliz - Carl Barks (roteiro e desenhos);
O retrato de Dorian Gray - Caterina Mognato (roteiro) e Valerio Held.
Preço: R$ 9,95
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Dezembro de 2010
Sinopse
Três HQs Disney inspiradas em Um conto de Natal, de Charles Dickens (1812-1870), e O retrato de Dorian Gray, romance de Oscar Wilde.
Positivo/Negativo
Um conto de Natal é uma das obras mais conhecidas da literatura mundial. Suas muitas versões para cinema, TV, teatro e quadrinhos - além das narrações de pais para filhos - tornaram a história conhecida até por quem não tem a mínima ideia de onde e por quem foi criada.
É simples, direta e, por mais que seja conhecida cada sequência até o final, continua despertando interesse.
Nesta versão disneyana, publicada no Brasil pela primeira vez em 1983, no gibi Tio Patinhas - 20 anos da revista, com o título A canção de Natal, nada mais óbvio que o pato avarento interpretar o insensível e muquirana Ebenezer Scrooge.
Afinal, não apenas o personagem de Dickens inspirou Carl Barks a criar o Tio Patinhas, como deu nome a ele (Scrooge, no original).
A adaptação de Guido Martina é bastante fiel e encaixa bem os personagens da Disney às suas "contrapartes", como Patacôncio fazendo as vezes do fantasma arrependido do sócio pão-duro do Tio Patinhas.
Os desenhos de José Colomer Fonts são uma atração à parte. Muito expressivos, captam com perfeição as mensagens que o roteiro - sem o apelo do humor - conseguiu trazer da obra original.
Mas essa ainda não é a mais conhecida adaptação da Disney para o livro de Dickens.
Em 1983, foi lançado o tocante curta-metragem O Natal do Mickey, que destacou o camundongo e seu amigo Pateta em uma trama mais livre, com boas doses de humor. Novamente, Tio Patinhas faz o papel de Ebenezer Scrooge.
Pena que essa informação não tenha sido incluída no texto introdutório de Júlio de Andrade Filho, neste volume de Clássicos da Literatura Disney.
A segunda HQ da edição, Noite feliz, é uma aventura escrita e desenhada por Carl Barks, na década de 1940.
Sem mensagens natalinas e com muitas cenas de humor pastelão violento, foi censurada pelos editores, na época.
A história original foi resgatada apenas nos anos 1970. No Brasil, a versão sem cortes foi publicada em 2008, no volume 36 de As Obras Completas de Carl Barks.
Só para entender por que ela é uma HQ imperdível, basta dizer que traz Donald e Silva em uma de suas intermináveis e hilárias brigas.
Fechando a edição, a excelente O retrato de Dorian Gray, inspirada no romance homônimo de Oscar Wilde, é instigante do roteiro aos desenhos.
Na HQ, o leitor poderá se assustar com o elevado grau de avareza, insensibilidade e intolerância do Tio Patinhas. A antipatia exagerada, potencializada pelo alto nível de estresse do personagem, chega a incomodar.
Mas esse artifício da roteirista Caterina Mognato acaba se mostrando necessário para marcar a mudança de atitude do pato quando vê seu retrato pintado se transfigurar a cada dia.
A trama se passa na atualidade e não é uma adaptação direta da obra de Wilde, mas gira em torno do mote principal da história. Assim, Dorian Gray é o nome do pintor de quadros e a pintura disforme tem uma explicação para lá de simples.
Apesar disso, a HQ tem uma levada bastante sinistra - o painel de página inteira (veja ao lado) diz tudo. Não deveria ter ficado tanto tempo - 14 anos - inédita no Brasil.
Classificação: