O herói pirata Sandokan, conhecido como Tigre da Malásia, já ganhou adaptações para cinema, TV (como o seriado italiano que chegou a ser exibido no Brasil, pela TV Bandeirantes, nos anos 1980) e desenho animado (em 1998).

Como o conceito do personagem cai como uma luva para Tio Patinhas e os sobrinhos, afeitos a grandes aventuras marítimas em que enfrentam diversos perigos, ele não poderia deixar de marcar presença nos quadrinhos Disney.

Nesta HQ que abre Clássicos da Literatura Disney # 37, até então inédita no Brasil, Sandokan vira Patokan e é interpretado por Donald, numa trama narrada no presente por um ex-parceiro do pirata.

Uma das melhores da edição, a história é bem escrita, divertida e com os desenhos do mestre Disney Giovan Battista Carpi, por si só garantia de uma leitura prazerosa.

Na sequência, A sobrinha do Corsário Negro traz um Luciano Bottaro mais maduro como roteirista e desenhista, acertando o tempero com humor e ação abundantes.

A HQ mostra a Família Pato em uma involuntária viagem à época do Corsário Negro, por meio da máquina do tempo do Prof. Pardal, graças ao Pato Donald, que, perseguido pelo Tio Patinhas para pagar uma dívida, inadvertidamente aciona a parafernália do cientista.

Um dos mais celebrados artistas Disney da atualidade é o autor do roteiro e dos desenhos de A noite dos piratas.

Marco Rota tem uma narrativa e um estilo gráfico muito semelhantes aos de Carl Barks. Tanto que os mais desavisados podem achar que esta HQ, produzida em 2004, é alguma história antiga do "Homem dos Patos".

A aventura não é nenhuma paródia de uma obra clássica, mas traz o tema proposto por esta edição. E é a única sem clima de ação.

Fechando o volume, a ótima O colar do pirata também envolve viagem no tempo em uma máquina do Prof. Pardal.

Desta vez, Donald e os sobrinhos contracenam com o terrível pirata Barba Negra e descobrem o grande segredo por trás de sua aparente imponência.

A arte de Massimo Fecchi é o grande destaque da HQ, mas as boas doses de humor também garantem a diversão.