Inteiramente escrita e desenhada pela dupla Giorgio Pezzin e Massimo De Vita, este Clássicos da Literatura Disney # 39 traz a série de HQs protagonizadas por Sir Rats, antepassado britânico de Mickey Mouse.

O personagem, um rico aventureiro que mistura as características de Martin Mystère, Indiana Jones e Allan Quatermain, deixou como herança para o sobrinho detetive um diário em que revela as muitas descobertas realizadas nas intrigantes aventuras que viveu nos anos 1930.

São essas histórias que Mickey lê no presente e transportam o leitor para quatro das melhores HQs desta coleção.

A pedra de Sbilenque (única da edição publicada anteriormente no Brasil) traz o mais interessante dos mistérios da civilização humana apresentados neste volume.

A trama gira em torno da escultura em baixo-relevo conhecida como Pedra de Palenque, legado maia descoberto no México, em 1948, que mostra um nativo supostamente a bordo de um veículo voador.

Esse é um dos argumentos mais usados pelos defensores da tese de que, desde tempos remotos, seres extraterrestres não somente visitam a Terra, como também influenciaram a cultura de povos antigos e foram responsáveis por muitos avanços tecnológicos que a humanidade desenvolveu durante séculos.

Nesta HQ, o final surpreendente mostra uma variante de outra teoria defendida por pesquisadores, como o suíço Erich Von Däniken, sobre o misterioso sumiço da civilização maia. Excitante e apoteótico, para usar apenas duas palavras que definem o que o leitor verá nas últimas páginas.

Os monólitos de Stonehenge, na Inglaterra, e a lenda dos guerreiros imortais highlanders são o tema da segunda aventura, que, graças ao roteirista, têm ligação entre si. Os extraterrestres, mais uma vez, são a resposta para as questões sobre o assunto.

Até mesmo um dos contos mais conhecidos das 1001 noites esconde um fundo de verdade. É o que mostra A caverna de Ali Babá, uma aventura com clima de cinema épico antigo, que revela não ser nada mágico - mas bastante engenhoso - o segredo do "Abre-te, Sésamo!".

É nessa HQ que, num balão de diálogo de Sir Rats, aparece um "fatos reais", pleonasmo que tem se repetido bastante nos volumes desta coleção.

Todas as histórias da edição primam por roteiros muito bem desenvolvidos e pela arte nada menos que excepcional.

Mas é O escudo de Thor, fechando a edição, que adiciona a essas características uma trama ainda mais aventuresca e excitante, juntando lendas nórdicas, nazistas genéricos, zepelins (com direito a uma verdadeira aula técnica sobre o funcionamento de um deles) e os perigos dos desertos de gelo do Polo Norte.

Na aventura, Sir Rats descobre a verdade sobre o suposto escudo mágico de Thor, o deus do trovão. Uma explicação bem terrena, embora bastante fantástica.

Clássicos da Literatura Disney # 39, penúltimo volume da coleção, chegou mostrando por que esta série será lembrada como um das melhores da história dos quadrinhos disneyanos no Brasil.

Não tem mistério. Basta ler e conferir.