CLÁSSICOS DA LITERATURA TURMA DA MÔNICA # 2
Título: CLÁSSICOS DA LITERATURA TURMA DA MÔNICA # 2 (Editora
Globo) - Revista bimestral
Autores: Estúdios Mauricio de Sousa (textos e desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Fevereiro de 2006
Sinopse: Duas histórias com Chico Bento e seus amigos parodiando O Cavalo de Tróia e O Gladiador:
O Burrico de Tróia - Na Grécia antiga, o garoto Chicus conta a história de Ulisses Lelé e Chiquiles Bento, que enfrentam sozinhos os guerreiros de Tróia para salvar Rosinha Helena das mãos do terrível Genésio Páris.
O Galodiador - Para demover o dono de um galo a levar o animal a uma rinha, Chico Bento conta a ele a história de Gaélius Máximus, que morava no galinheiro do imperador de Roma no ano 180 d.C. e foi raptado para ser transformado em gladiador no circo.
Positivo/Negativo: As paródias de filmes, romances literários, mitologias e de outros temas sempre foram constantes nos quadrinhos da Turma da Mônica. Algumas se tornaram memoráveis, como as que foram apresentadas na edição anterior de Clássicos da Literatura Turma da Mônica.
Hoje, um dos grandes responsáveis por esse gênero que comumente abrilhanta as páginas dos gibis da turminha é o roteirista Flávio Teixeira. Para ele, os leitores devem tirar o chapéu depois de ler o segundo número dessa nova HQ, que traz Mônica e seus amigos satirizando histórias famosas da literatura mundial.
Ao contrário do primeiro número, as aventuras que compõem esta edição são inéditas. Para completar, houve significativas mudanças no projeto gráfico da HQ: formato bem maior (no tradicional tamanho do Almanacão da Turma da Mônica) e miolo com papel especial.
Mas são mesmo as histórias que valem cada centavo. Na primeira aventura, O Burrico de Tróia, as piadas visuais e diálogos espirituosos se juntam a figuras toscas como os deuses do Olimpo, que falam gíria, usam telefone celular e até entregam pizza em domicílio.
Além disso, os personagens da roça não perdem o palavreado matuto e muito menos suas personalidades marcantes, o que torna tudo ainda mais engraçado naquele contexto.
Com O Galodiador, a edição é fechada com chave de ouro. O escracho é total, e quem for adepto de trocadilhos infames vai encontrar um prato cheio. A variação de piadas com a expressão "Ave, César", por exemplo, garante boas risadas.
E pululam as referências a um certo gaulês irredutível dos quadrinhos. Ali é possível ver um César bastante familiar aos leitores dos álbuns de Asterix. Ou mesmo um druida galináceo de enorme barba branca, preparando uma poção mágica.
Mas, se é para ter certeza do quanto o roteirista é fã dos personagens de Goscinny e Uderzo, basta ver Asterix e Obelix passeando tranqüilamente no terceiro quadrinho da página 56.
Nas duas histórias, os desenhos também merecem destaque. A despeito do que se possa afirmar sobre a padronização nos traços dos desenhistas da equipe de Mauricio de Sousa, neste caso a reprodução detalhada dos cenários e vestimentas antigas e a diagramação dinâmica dos quadrinhos formam um belo diferencial.
Ao final da última página, o leitor mais antigo poderá traçar um paralelo entre o que acabou de ler e a inesquecível série Pateta faz História, sucesso dos quadrinhos Disney em vários países, incluindo o Brasil. O conceito é o mesmo, e a qualidade da "versão brasileira" não deixou nada a desejar à outra.
E aqui vai uma dica aos detratores dos quadrinhos da Turma da Mônica que não acompanham suas edições mensais e, portanto, não têm parâmetros para atacar a qualidade das histórias atuais: leiam este segundo número de Clássicos da Literatura e se rendam ao fato de que estão diante de um dos melhores quadrinhos lançados em 2006, que corre sérios riscos de angariar prêmios no próximo ano.
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