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COLEÇÃO POCKET PANINI # 4 - FUGITIVOS - VOLUME 2

1 dezembro 2006


Título: COLEÇÃO POCKET PANINI # 4 - FUGITIVOS - VOLUME 2
(Panini Comics)
- Coleção em seis edições mensais
Autores: Brian K. Vaughan (roteiro), Adrian Alphona (arte das partes 1 e 4 a 7) e Takeshi Miyazawa (arte das partes 2 e 3).

Preço: R$ 16,90

Número de páginas: 208

Data de lançamento: Abril de 2006

Sinopse: Desde que descobriram que seus pais fazem parte de um supergrupo de vilões conhecido como "O Orgulho", os adolescentes Alex, Nico, Gert, Karolina, Chase e Molly têm se virado como podem para sobreviver nas ruas.

Agora é hora de confrontar aqueles que lhes deram a vida numa batalha de resultados imprevisíveis, da qual pode depender o destino de todo o mundo.

Positivo/Negativo: Certa vez, o cineasta brasileiro Jorge Furtado (diretor de O Homem que Copiava e Meu Tio Matou um Cara) disse que preferia trabalhar com histórias de adolescentes, porque as emoções são muito mais intensas.

Brian K. Vaughan levou isso para um novo nível. Ele pegou as frases faladas ou ouvidas por adolescentes e deu a elas um novo e inesperado sentido. Coisas do gênero "meus pais são maus", "fizemos tudo para dar um mundo melhor para você" e "qualquer dia eu fujo de casa" acabam representando a vida dos Fugitivos de uma forma que nenhum deles nunca iria imaginar.

O trunfo dessa trama é contrastar tanto a visão de mundo quanto a linguagem dos adultos e dos adolescentes, expondo suas diferenças, semelhanças e os conflitos entre gerações. Conflito, aliás, que se dá de duas formas: o dos jovens que querem ser o oposto de seus pais, então decidem ser heróis; e o de Alex, que quer que seus pais se orgulhem dele, então trai os amigos.

Vale dizer que a traição de Alex foi uma virada bem interessante, principalmente considerando como ele planejou tudo.

Outro aspecto louvável é que Vaughan amarrou bem os capítulos, deixando o leitor ansioso pela próxima parte. Além disso, soube fechar a história de forma inteligente, com os personagens fazendo o que fazem melhor: fugindo, agora não mais de seus pais, mas do mundo que não tem lugar para eles.

O que nos leva de volta à metáfora da inquietação da juventude. Aos 16 ou 17 anos, é mais do que natural achar que não há lugar no mundo para si mesmo e que as únicas pessoas que podem entender você são os seus poucos amigos.

A arte também ajuda bastante a história. Adrian Alphona consegue passar aquelas emoções à flor da pele da juventude. Ele se concentra em pequenos detalhes da linguagem corporal, que muitas vezes são deixados de lado, e transmite o máximo de sentimentos de cada personagem.

Takeshi Miyazawa, que desenhou as duas partes em que aparecem Manto e Adaga, também é bom. Segue um traço econômico e simples, com forte influência do mangá, mas lhe falta um pouco de personalidade.

A publicação desta série, com certeza, fez valer a criação do formato pocket. Por outro lado, o leitor se decepciona, pois um material tão bom merecia um tratamento melhor. Não que essa edição esteja mal impressa como foi a de Thor, mas a qualidade gráfica ainda está inferior à das revistas de linha, prejudicando um pouco as cores.

Além disso, certamente ninguém morreria se as páginas tivessem meio centímetro a mais de largura, fazendo com que fosse possível ler todos os balões e recordatórios, pois em algumas o texto ficou impossível de ser conferido, por estar próximo demais da lombada da revista.

 

Classificação:

4,0

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