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Reviews

The Completely Mad Don Martin - Mad Greatest Artists Series

Por Delfin
19 dezembro 2008
MATERIAL IMPORTADO

 

The Completely Mad Don Martin - Mad Greatest Artists SeriesEditora: Running Press - Edição especial

Autor: Don Martin (roteiro e desenhos).

Preço: US$ 150,00

Número de páginas: 1200, divididas em dois volumes de 600 cada um

Data de lançamento: Outubro de 2007

Sinopse: Reunião completa das obras publicadas pelo cartunista Don Martin na Mad Magazine norte-americana.

Positivo/Negativo

Vamos lá, então, o assunto é Mad. Vai dizer pra mim que nunca leu? Se você é leitor e tem de 50 anos pra baixo, a chance de nunca ter sequer folheado uma edição é bem remota. Então, esta resenha é um tanto especial, porque atinge um público que não é, necessariamente, fã de quadrinhos regulares, mas, ao mesmo tempo, gosta de humor sarcástico, escrachado, absurdo e direto.

E, de todos os caras que sempre fizeram a fama da Mad, poucos têm a unanimidade que possui Donald "Don" Martin, inventor das onomatopéias mais marcantes de uma geração.

Foi em setembro de 1956 que começou sua associação com a revista de humor que salvou aEC da bancarrota, em pleno macartismo. O seu traço e seu humor gráfico, ainda que muito distante daquele que marcaria sua carreira, já eram bem distintos do que havia pelo resto da publicação.

Aos poucos, ele foi ganhando espaço, evoluindo como artista e criador de gags - tão clássicas que, até hoje, são lembradas por fãs de diversos países.

Don Martin era um cara bonitão e tinha tudo o que um cara poderia querer. Ele era, portanto, bem distante dos tipinhos esfarrapados e fracassados que povoaram tantas e tantas piadas em sua carreira.

Nada a ver, por exemplo, com os narizes tortos e sapatos enormes, irregulares e pontudos que estavam lá sempre. A única coisa que seus amigos diziam (e há depoimentos em profusão pelo livro) é que, apesar de certa timidez, o humor da vida real de Martin era compatível com o que ele imprimia em sua obra.

Foram 40 anos de colaboração com a Mad, que se encerraram em 1987, época em que os direitos dos autores começavam a ser cada vez mais debatidos publicamente e se confrontava cada vez mais os editores.

Don Martin e William Gaines, mítico editor da Mad, também tiveram este embate.

O cartunista acreditava que, apenas de royalties das reimpressões de seus trabalhos em edições de bolso, amargara um prejuízo à época contabilizado em um milhão de dólares.

Por causa disso, há uma parte da carreira do artista que não é documentada neste livro, justamente os seis anos seguintes à saída dele da Mad (ele migrara para uma concorrente chamada Cracked).

Os dois volumes (divididos cronologicamente) apresentam a evolução total deste artista, vencedor do Ignatz, um dos principais prêmios da crítica norte-americana de quadrinhos, em 2000. No mesmo ano, portanto, de sua morte por câncer, após um triste período em que foi afetado por uma doença ocular degenerativa.

Ao ler o livro (e é gostoso de lê-lo tanto na ordem que foi proposta como aleatoriamente), o mais impressionante é perceber que mesmo as suas gags mais antigas não perderam a força: continuam explorando aquele lado estúpido do ser humano que faz com que qualquer um ria do absurdo de cada situação.

Vale destacar a encadernação de extrema qualidade, com materiais de primeiríssima linha, alta rigidez de capa (e mais ainda do box que acomoda os dois volumes) e impressão que desafia os antigos conta-fios de produtores gráficos a encontrarem um defeito sequer. Impressão chinesa, talvez a melhor do mundo: o melhor para os melhores, não lhe parece lógico? Vale cada centavo do preço salgado que é desembolsado em sua compra. Sério.

Mesmo não sendo uma edição total - faltam justamente o material da Cracked e o produzido especialmente para livros, como as aventuras de Fester Bestertester e os desvarios do incomparável Capitão Klutz -, este é um compêndio inestimável e um verdadeiro documento histórico, que honra o trabalho de um dos mais criativos humoristas gráficos do século passado.

O livro traz diversos textos e homenagens, inclusive de gente muito boa que não fez parte daMad, como Peter Bagge (Ódio) e Gary Larson (O Far-Side).

E um Fip-Fop-Fiddit-Fap em sua honra, Don.

Classificação

5,0

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