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CONAN - AS FILHAS DE MIDORA

1 dezembro 2005


Título: CONAN - AS FILHAS DE MIDORA (Mythos
Editora
) - Edição especial
Autores: As Filhas de Midora - Jimmy Palmiotti (argumento) e Mark Texeira (arte).

Preço: R$ 6,50

Número de páginas: 40

Data de Lançamento: Dezembro de 2004

Sinopse: Na cidade-estado de Gouvia, Conan se envolve em uma briga de taverna e acaba passando a noite no calabouço real.

Ao fugir, o cimério esbarra com a guarda palaciana e descobre-se em meio à família real. O rei Midora, soberano local, o incumbe de resgatar sua filha Hannah, a herdeira do trono, raptada por um mago traidor.

Com a ajuda da sensual irmã gêmea de Hannah, a bela Valensa, o Gigante de Bronze enfrenta uma horda de zumbis e até mesmo um dragão para resgatar a princesa cativa.

Positivo/Negativo: Pense rápido: além da famosa feira internacional de relógios e jóias de Leipzig, na Alemanha, que Midora está na mídia atualmente?

A resposta é fácil, mas a beleza do conteúdo nem tanto. Diferente das jóias da Feira de Midora, Conan e as Filhas de Midora, título desta edição especial da nova fase do bárbaro pela Dark Horse, não atrai pela estética ou pela arte de Texeira, mas sim pela época da vida do cimério em que acontece.

Ele está com cerca de 30 anos. É o velho Conan brigão, mulherengo e beberrão que os leitores se acostumaram a ver.

A história é conduzida por Jimmy Palmiotti, que já trabalhou como desenhista e arte-finalista em mais títulos do que é possível enumerar, e é um dos grandes veteranos dos quadrinhos norte-americanos, além de ter ficado famoso por ter sido um dos co-fundadores do selo Marvel Knights, que revolucionou muitos dos heróis da "Casa das Idéias"; e por outro veterano, Mark Texeira (ou simplesmente Tex), mais conhecido por seu trabalho com o Motoqueiro Fantasma.

Embora o argumento seja leve e razoavelmente bom, a arte de Texeira deixou a desejar, já que não está no mesmo nível de seus trabalhos anteriores com Wolverine, ou até mesmo de sua arte-final em Conan, sobre o traço de Jose Delbo, nas histórias O Vulto nas Sombras e Joguete, em Conan, o Bárbaro # 46 (Abril Jovem, de fevereiro do 1996).

Palmiotti, por sinal, é fã confesso de Conan desde a infância, mas esta foi a primeira vez que escreveu algo para o personagem. Seu grande desafio foi seguir uma direção diferente da que está sendo tomada na série escrita por Kurt Busiek e desenhada por Cary Nord.

A história ocorre muitos anos depois da série atual, mostrando um bárbaro mais velho, maduro, esperto e exageradamente grosseiro, mas, mesmo assim, ainda mais duro e implacável. É, no final das contas, uma história boa e divertida, com um final até surpreendente.

Conan vem passando por uma fase muito boa no Brasil, e esta edição especial é uma tentativa de tornar tal fase um suporte para o futuro do cimério nas HQs, tanto na terra dos sobrinhos do Tio Sam quanto na dos tupiniquins.

Existem algumas incongruências na aventura, é verdade, como na seqüência inicial em que Conan é rejeitado pela dançarina da taverna e se livra dela de uma maneira demasiadamente rude (dando-lhe um belo chute no traseiro), o que é um fato inusitado nas suas histórias e pouco condiz com seu caráter, apesar de sua natureza bárbara.

Pra encerrar, nota-se que, na capa de Mark Texeira, Conan está segurando a espada com a mão esquerda, quando todo mudo sabe que o cimério é destro.

 

Classificação:

4,0

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