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CONAN - CIMÉRIA

1 dezembro 2011

CONAN - CIMÉRIA

Editora: Mythos Editora - Edição especial

Autores: Timothy Truman (texto) e Tomás Giorello e Richard Corben (arte) - Originalmente em Conan - The Cimmerian # 0 - # 7.

Preço: R$ 49,90

Número de páginas: 216

Data de lançamento: Dezembro de 2010

 

Sinopse

Conan está prestes a desafiar não apenas sua prodigiosa força física, mas principalmente seu coração passional.

Tudo porque certas atitudes de Caollan, o primeiro amor da vida do bárbaro, põem em risco um instável tratado de paz entre os cimérios do norte e os aesires.

Positivo/Negativo

Depois de ter sua revista mensal cancelada, eis que o bárbaro mais famoso da literatura pulp ressurge neste encadernado de luxo.

Esta versão é uma interpretação mais direta das aventuras criadas por Robert E. Howard e, como muitos leitores devem recordar, a Mythos, após lançar a série mensal Conan - O Cimério, em 2004, compilou as sete primeiras edições (da # 0 à # 6) num encadernado com o mesmo título, acrescido de um Volume 1, em dezembro de 2005.

Em 2008, a editora publicou Conan - Nascido no campo de batalha, que reúne seis edições da série que não integravam arcos mais longos.

Já este Conan - Ciméria não é uma continuação dos encadernados anteriores, pois traz a fase inédita de Timothy Truman nos roteiros, acompanhado dos traços de Tomás Giorello e com algumas ilustrações de Richard Corben.

O título possui uma tremenda introdução ao universo fantástico de Conan, começando com uma interpretação visual do poema Ciméria, de autoria de Howard. Para quem conhece o texto original do escritor, a homenagem é ainda mais singela e emocionante.

A história que se segue, infelizmente, não mantém o mesmo nível. Conan ruma para o norte para retornar à sua tribo, e faz uma trilha perigosa pela neve, onde aesires e licantropos cruzam seu caminho. Há espaço até para reencontros com antigos conhecidos, como Coallan, o primeiro amor do guerreiro.

Mesmo com boas premissas, a narrativa não se desenvolve a contento - ou como acontecia na fase anterior, de Kurt Busiek. Os contos de Connacht, avô de Conan, narrados pelos desenhos de Richard Corben, são um dos pontos mais fracos.

No quesito arte, Corben se esforça para cativar a atenção do leitor, mas seu traço nunca convence por conta da falta de preocupação na fisionomia dos personagens.

Mas a maior decepção é o roteiro de Truman, que, apesar de ser um grande criador de falas e frases de efeito, demonstra pouca habilidade para resolver determinadas reviravoltas sobre o antepassado do bárbaro.

A redenção chega com o principal desenhista deste álbum. Giorello desenvolve cenários, expressões e momentos que se comunicam com o texto e enchem os olhos a cada leitura. E ficam ainda melhores com a extensa paleta de cores utilizada por José Vilarrubia.

Mesmo quando a história beira situações em que o leitor pensa "já vi isso em algum lugar", Giorello faz sua arte falar mais alto do que qualquer palavra.

Nas capas, Frank Cho faz um trabalho competente, mas peca por não explorar devidamente seu maior potencial: desenhar mulheres. Elas até aparecem algumas vezes, porém geralmente ocultas ou quase despercebidas.

Por fim, este álbum parece ser a confirmação de que a Mythos não dará continuidade aos encadernados da fase de Kurt Busiek. Uma pena, se isso realmente acontecer.

Anunciado para dezembro de 2009, este Conan - Ciméria teve um atraso pra lá de considerável: um ano. A editora se defende dizendo que o material ficou embargado na alfândega brasileira.

Além disso, o preço é elevado para uma HQ que não se sabe se será continuada. Mesmo assim, por Crom, vale a pena ler para matar a saudade deste que é um dos grandes personagens da nona arte.

Classificação:

4,0

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