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CONAN EDIÇÃO HISTÓRICA - CONAN: O LIBERTADOR

1 dezembro 2012

CONAN EDIÇÃO HISTÓRICA - CONAN: O LIBERTADOR

Editora: Mythos - Edição especial

Autores: Além do Rio Negro (The Savage Sword of Conan # 26) - Roy Thomas (roteiro adaptado), John Buscema e Tony DeZuniga (arte);

Os filhos de Hebbal Sag (The Savage Sword of Conan # 27) - Roy Thomas (roteiro), John Buscema e Tony DeZuniga (arte);

Na torre de ferro (The Savage Sword os Conan # 201) - Roy Thomas (roteiro) e M. C. Wyman (arte);

O tesouro de Tranicos (The Savage Sword of Conan # 47) - Roy Thomas (roteiro), Gil Kane e John Buscema (desenhos) e Joe Rubinstein e Rick Bryant (arte-final);

A bruma sombria de Stygia (The Savage Sword of Conan # 48) - Roy Thomas (roteiro), John Buscema e Klaus Janson (arte);

Quando a loucura macula o trono (The Savage Sword of Conan # 49) - Roy Thomas (roteiro), John Buscema e Tony DeZuniga (arte);

Conflito às margens do Alimante (The Savage Sword of Conan # 50) - Roy Thomas (roteiro), John Buscema e Tony DeZuniga (arte);

Sangue de sátiro (The Savage Sword of Conan # 51) - Roy Thomas (roteiro), John Buscema e Tony DeZuniga (arte);

Capítulo Final - Conan: O libertador (The Savage Sword of Conan # 52) - Roy Thomas (roteiro), John Buscema e Tony DeZuniga (arte).

Preço: R$ 129,90

Número de páginas: 496

Data de lançamento: Outubro de 2011

 

Sinopse

Reimpressão de histórias clássicas de Conan, narrando a conquista do trono da Aquilônia.

Positivo/Negativo

Conan já teve dias de maior popularidade no Brasil. Em tempos passados, o personagem estrelava revista mensal própria com aventuras inéditas, além de republicações, especiais em cores e minisséries de cronologia diferenciada.

Entretanto, se hoje o bárbaro não é presença garantida nas bancas, ele surge de tempos em tempos em publicações voltadas para comic shops e livrarias, encadernando histórias de sua nova fase e clássicos que deixaram saudade. É o caso desta monumental Conan Edição Histórica - Conan: O libertador, que reúne em 496 páginas em preto e branco e papel de qualidade toda a trajetória do herói rumo ao trono da Aquilônia.

Com texto de Roy Thomas adaptando os contos originais de Robert E. Howard e trabalhos posteriores de L. Sprang de Camp e Lin Carter, a transição da literatura para os quadrinhos funciona perfeitamente, e os desenhos são soberbos.

Thomas sempre se destacou em adaptações de mídias distintas para os quadrinhos, caso de Star Wars e Arquivo X, mas o trabalho em Conan é incomparável.

Observa-se com clareza a evolução de personalidade do Gigante de Bronze no decorrer das narrativas. Ele começa como um aventureiro solitário, aturando sem muita vontade a presença de alguns companheiros, e aos poucos passa a líder, general e, finalmente, monarca.

As aventuras estão reunidas não na ordem em que foram produzidas, mas na sequência cronológica indicada, anos depois, pelo próprio Roy Thomas.

Como é marca dos gibis das décadas de 1970 e 1980, The Savage Sword of Conan parecia simples demais se comparada ao cenário atual, mas ainda longe de ser ingênua. Com o ritmo das pulp magazines, afinal, há fartura de confrontos mortais, guerreiros selvagens, feiticeiros e demônios, tudo numa sucessão de eventos que não permite tempo para o leitor respirar.

Há basicamente quatro arcos na edição. No primeiro, Conan enfrenta selvagens pictos e sacerdotes demoníacos, mas sofre uma derrota considerável antes do triunfo. No segundo, há a celebração de seu heroísmo e uma traição nas mãos do rei Numenides. Depois, as intrigas para recuperar um tesouro perdido com mais duelos mortais. E, finalmente, já comandando exércitos, o libertador ruma para derrubar um rei enlouquecido e assumir a coroa.

Infelizmente, porém, a aventura derradeira que dá título ao volume de luxo é justamente a que mais decepciona. Como admitiu o próprio Roy Thomas, na cruzada devastadora rumo à libertação da Aquilônia, o foco muda da brutalidade de Conan para suas ações como líder de um exército.

Assim, intrigas políticas, traições e derrotas acachapantes dão o tom da narrativa. Claro que ainda há boas doses de violência, mas a carga emocional diminui bastante. Por ser a mais extensa, e com sucessivas reviravoltas na supremacia das tropas, a narrativa também acaba cansando um pouco. Uma resolução mais rápida funcionaria melhor.

Por outro lado, os confrontos iniciais contra os pictos e os demoníacos Sagayetha e Zogar Sag são movimentados e cheios de surpresa. E nada supera as cenas em que Conan, após ser resgatado de um cativeiro por Valéria, da Irmandade Vermelha, enfrenta uma cabeça e uma mão decepadas com vida própria na companhia da valente guerreira.

Muitas vezes, o texto de Thomas é bastante exagerado, cheio de expressões marcadas para efeito dramático que poderiam engessar sua fluência, mas que ainda funcionam.

Na arte, a parceria do ilustrador John Buscema com o arte-finalista Tony DeZuniga é uma verdadeira dádiva. Buscema é dono de um estilo marcante e cheio de vigor, que funciona tão bem para os músculos de Conan e suas feições mal encaradas, quanto para as curvas da sensual Alcina.

Aliás, belas formas femininas são presença constante nas tramas do cimério, que não resiste ao desejo carnal e tem um histórico invejável de mulheres traiçoeiras.

Mais um desenhista a brilhar nestas páginas é Gil Kane, consagrado por seu trabalho em super-heróis como Lanterna Verde, que se adapta perfeitamente ao ambiente letal das espadas e lanças mortíferas.

Completa a edição uma galeria com 14 ilustrações e capas coloridas, assinadas por nomes como Nestor Redondo, Joe Jusko e João Silveira, além dos próprios Buscema e DeZuniga. Há também um texto introdutório do editor Fernando Bertacchini e apresentações sobre os bastidores das publicações originais, por Roy Thomas.

Muitos podem questionar a validade de um lançamento tão luxuoso e caro para os padrões brasileiros, mas é fato que produtos para um público mais selecionado nas livrarias já têm seu espaço. E o leitor que garantir espaço na estante para este álbum "de peso" de um gigante da cultura pop não vai se arrepender.

 

Classificação:

4,0

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