Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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CONAN - O BÁRBARO # 15

1 dezembro 2003


Autores: Chuva de Prata - Roy Thomas (argumento) e Mike Docherty & Ricardo Villagran (arte);
A Maldição do Crânio de Ouro - Roy Thomas (argumento) e Neal Adams (arte).

Preço: R$ 4,40

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Abril de 2003

Sinopse: Chuva de Prata - Em Koth, Conan e Isparana são abordados por um grupo dos Companheiros Livres, e seu primeiro contato não é nada afetivo.

Como sempre, o bárbaro faz o aço falar por ele, até que um antigo companheiro surge para separar a contenda.

Em Tantusium, Conan, Isparana e Amalric juntam-se ao príncipe Borrin para planejarem um ataque ao Forte Wakla. Durante a bem-sucedida empreitada, Conan se vê obrigado a enfrentar alguns desafetos e até mesmo um certo mago, Agohoth, que fora enviado pelo rei Yildiz para auxiliar Borrin.

A Maldição do Crânio de Ouro - Em missão de escolta, junto com um pelotão do exército turaniano, Conan e Juma - um negro gigantesco - são obrigados a enfrentar guerreiros montanheses.

Capturados junto com sua preciosa carga, a princesa Yolinda - filha de Yezdigerd -, a dupla segue até uma misteriosa cidade onde, numa torre, um mago os aguarda.

Os dois bárbaros são destinados à escravidão, enquanto a princesa é destinada ao casamento com o mago ancestral conhecido como Rotath, da antiga Lemúria - na época do Rei Kull.

Fugindo para o interior de uma mina de ouro, Conan e Juma, deparam-se com uma lesma gigante, que os persegue até o centro da cidade, onde o caos prevalece. O final da aventura é estarrecedor! Uma prova de que o feitiço pode voltar-se contra o feiticeiro!

Positivo/Negativo: Chuva de Prata marca o início da adaptação de Conan, o Renegado, um romance de Leonard Carpenter. Embora pouco tenha a ver com o original, boa parte da obra é aproveitada numa seqüência de aventuras do bárbaro e Isparana junto aos Companheiros Livres, de Amalric.

Embora a arte confusa de Mike Docherty, com suas poses desconcertantes e seus looks patéticos, roube um pouco do mérito da história, a arte-final de Ricardo Villagran ajuda a remediar a situação; assim como o argumento inconfundível de Roy Thomas.

Sobre Leonard Carpenter, além de Conan, o Renegado, ele ainda escreveu Conan, o Pirata; Conan, o Senhor da Guerra; Conan, o Herói; Conan, o Grande; Conan, o Proscrito; Conan, o Selvagem; Conan da Irmandade Vermelha; Conan, o Flagelo da Costa Sangrenta; Conan, o Gladiador; e, mais recentemente, Conan, Senhor do Rio Negro; todos inéditos no Brasil e nunca adaptados.

A Maldição do Crânio de Ouro, magistralmente ilustrada pelo mágico Neal Adams (imortalizado, junto com Roy Thomas, nas clássicas histórias dos X-Men, além, é claro, de As Negras Noites de Zamboula, em Espada Selvagem de Conan # 8), vem provar que uma história pode ser contada duas vezes sem perder o brilho e o encantamento.

Inspirada num fragmento de um conto de Howard, A Cidade da Caveira, posteriormente desenvolvida e alterada por Lin Carter, A Maldição foi apresentada originalmente em Conan the Barbarian # 37 (1974) e mostrava elementos e conceitos do conto, embora a lesma e o mago sejam invenção de Thomas.

Alguns anos depois a trama foi readaptada por Roy Thomas e Mike Vosburg, e apresentada aos leitores brasileiros em A Espada Selvagem de Conan # 92, desta vez de uma forma mais fiel ao conto.

Os destaques, além das boas histórias da edição, vão para a capa, muito bem pintada por Alexandre Jubran; para o novo logo da seção de cartas, criação genial do conanmaníaco Otoniel Lopes Jr.; para a terceira capa, que mostra uma das excelentes artes do mago Earl Norem; para o elucidativo editorial e para a já consagrada seção de cartas.

A revista, cada vez mais, se sagra um marco de dedicação e interação com o leitor. Existem, claro, alguns deslizes editoriais mínimos, como pode-se conferir na página 35, segundo quadro: "Conan encontra-se se isolado..." (há um "se" a mais); e na página 41, sétimo quadro: "Vou arrancar seu coração e pendur num--" (o verbo, claro, é pendurar). Todavia, isso é quase irrelevante diante da dedicação do editor hiboriano.

Uma curiosidade é o fato de Juma chamar um rinoceronte de "unicórnio". Mas, na Índia, unicórnio é uma espécie de rinoceronte, e essa criatura mítica com corpo de cavalo, cor branca e um único afinado corno sobre sua fronte, aparece nas lendas e na arte tanto da Índia, quanto da China, Islão e Europa medieval, onde foi associado com a castidade e com Cristo.

Embora na era hiboriana já tenham sido avistados unicórnios - como os das lendas - em algumas paragens, como visto na Espada Selvagem de Conan # 75, isso nos leva a deduzir que, talvez apenas para o kushitas, o rinoceronte era conhecido como unicórnio.

Classificação:

4,0

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