CONAN, O BÁRBARO – O FILME
Editora: Abril - Edição especial
Autores: Michael Fleisher (roteiro), John Buscema (desenhos e arte-final), George Roussos (cores) e Renato Casaro (capa) - Originalmente publicado em Marvel Comics Super Special # 21, em 1982.
Preço: Cr$ 130 (preço da época)
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Julho de 1982
Sinopse
O sanguinário líder religioso Thulsa Doom e sua corja de brutais seguidores chacinam uma vila ciméria inteira, aprisionando crianças que seriam submetidas a uma impiedosa escravidão a serviço do culto.
Umas delas, o jovem Conan, testemunhou a morte dos próprios pais, vindo posteriormente a transformar-se em um gladiador para divertir seus senhores.
Enviado ao extremo leste dos reinos hiborianos para aperfeiçoar suas habilidades natas, Conan é libertado, iniciando uma perigosa e sangrenta jornada com o objetivo de vingar o massacre de sua família.
Positivo/Negativo
A sinopse acima é oficial com relação ao clássico filme do diretor John Milius, de 1982, em nada se alterando com relação a esta HQ.
No auge de seu sucesso, a Marvel publicou uma adaptação oficial do primeiro longa-metragem estrelado por Arnold Schwarzenegger no antigo título Marvel Comics Super Special - coleção de caprichadas edições especiais dedicadas às versões em quadrinhos de grandes filmes, séries de TV e biografias de algumas bandas de rock, além de títulos próprios da editora, sempre recheado de extras como artigos, fotos e entrevistas.
Com ninguém menos que John Buscema nos desenhos, pode-se dizer que esta edição foi uma das mais bem-sucedidas dentre as adaptações de filmes, cultuada pelos fãs mais ardorosos e muito procurada até hoje.
O motivo, talvez, seja até bem simples: sua arte manteve o padrão do trabalho realizado nas séries regulares do bárbaro, com os mesmos recursos gráficos e elementos típicos da época. Tal familiaridade, por acaso, agradou grande parte do público.
Ou seja, o Conan nesta versão adaptada em nada se parece com o famoso ator que lhe deu vida nas telas: é, de fato, o Conan do Buscema, sem tirar nem por. Cabelos negros, olhar frio e cara amarrada.
Em verdade, o artista pouco se preocupou em manter uma fidelidade nas feições dos atores que interpretaram Conan, Subotai, Valéria, Thulsa Doom, Rei Osric, Rexor e outros.
Decisão tal que nada diminuiu o valor da obra, bem pelo contrário.
O texto adaptado por Michael Fleisher (erroneamente creditado Fleischer) resume de forma fantástica o enredo cinematográfico. Os principais momentos estão todos na edição, em maior ou menor exposição, amenizando certas cenas sensuais ou violentas, com eventuais mudanças apenas nas localidades onde ocorrem.
Sem contar os figurantes monstruosos inseridos especialmente para o final desta versão.
Como única queixa, o citado final deixou a desejar, fugindo da grandiosidade dramática como foi retratado naquele último diálogo entre Doom (James Earl Jones) e Conan (Schwarzenegger), ao cume da longa escadaria montanhosa.
Esta versão nacional trouxe um breve artigo servindo de prefácio à história, situando o leitor acerca de algumas curiosidades sobre o making-of do filme. O formato gráfico adotado é um pouco menor daquele que seria adotado no título A espada selvagem de Conan, publicado exatos dois anos após.
Lá fora, foi republicada pouco tempo depois no formato minissérie, em duas edições, com capas de Buscema - a primeira delas tratou-se de uma variante baseada no pôster publicitário assinado por Renato Casaro, que estampou a capa original (e nacional) desta publicação.
Uma curiosidade é ver que ainda constava simplesmente Editora Abril no selo de capa, que tempos depois viria a adotar Abril Jovem.
Ao final da leitura, fica a sensação de se ter apreciado mais uma boa aventura nos moldes da dupla Thomas e Buscema, na consagrada era Marvel dos anos 1970.
Agradecimentos especiais a Osvaldo Magalhães pelas dicas na confecção deste texto.
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