Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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CONAN, O CIMÉRIO # 3

1 dezembro 2004


Autores: Kurt Busiek (argumento) e Cary Nord (arte).

Preço: R$ 3,90

Número de páginas: 24

Data de lançamento: Junho de 2004

Sinopse: A noite gélida que recobre o leste das terras dos aesires
surge ante um rústico acampamento.

Sobre um pequeno banco de madeira, um jovem estranho àquela terra empenha-se
em um ofício singular, o de ferreiro.

Ele não denota, mas enquanto martela seu elmo - na laboriosa tentativa
de consertá-lo -, percebe um chefe aesir que tenta se aproximar furtivamente.

O circunstante é Niord. Alto, forte e dono de uma cabeleira dourada como
o amanhecer sobre a neve. O jovem no banco é Conan, o cimério, dono de
cabelos tão negros quanto a noite de sua terra. Os dois trocam palavras
frívolas e dirigem-se para suas tendas.

Quando o sonolento sol do norte estende-se sobre os pináculos preguiçosos
das montanhas de Aesgaard, encontra um grupo de homens seguindo rastros
recentes de uma tropa vanir fugitiva. Entre eles, destacando-se mais à
frente, segue Conan, como um sabujo farejando a raposa fugitiva.

Durante a empreitada, os minutos se transformam em horas, e o dia, aos
poucos, desmaterializa-se em noite. Em seguida, surge uma manhã vermelha
e brutal de um campo de batalha no qual homens loiros e ruivos se confrontam
após uma longa e exaustiva perseguição. E uma cabeleira negra se destaca
envolta no cinza de um elmo batido.

Conan é como um borrão escarlate com sua espada descrevendo arcos mortais
à sua frente. A morte é sua aliada e o êxtase que ela proporciona é como
o efeito fortuito do vinho em sua mais forte concepção.

O sangue quente jorra e chia sobre a neve imaculada, enquanto cabeças
escapolem de pescoços tal qual sacos de batatas quando caem de carroças
nos campos de colheita.

Mas um pedido de súplica, mais do que a inebriante fúria do combate, é
capaz de suplantar a cacofonia reinante, acompanhado de um gesto capitular,
e paralisar, mesmo que por instantes, a implacável sede de vingança aesir.

Então, o chefe vanir, na memorável intenção de poupar seus conterrâneos,
entrega-se em rendição.

Mas mesmo ali, nas inóspitas e atrasadas terras do norte, nada que seja
bom dura muito. Assim, enquanto as glórias da vitória são apreciadas,
uma comitiva gigantesca de hiperbóreos surge, com machados e maças prontos
para o abate.

É aí que o jovem Conan passa a conhecer o maravilhoso povo hiperbóreo,
com o qual sonhava conviver.

O medo, a morte, o frio e a covardia.

A coragem, a vida, o calor da batalha e o heroísmo.

Tudo isso, como em um miasma de tripla soma, se condensa em mais uma batalha;
em novos momentos de loucura e sofrimento; de sangue que jorra; de vida
que se esvai.

Os olhos azuis de Conan a tudo contemplam, sorvem e experimentam.

O cimério grita, pula e pragueja! Mata, gira e almeja!

Então, é como se estivesse de volta à Ciméria, pois tudo à sua volta se
avulta em uma só escuridão quando uma pesada clava hiperbórea de bronze
choca-se contra sua dura cabeça.

O que resta, quando os gigantescos hiperbóreos começam a recolher suas
vítimas, nada mais é do que corpos desmembrados, névoa difusa e elmos
amassados na nívea paisagem.

Positivo/Negativo: Não, você não acabou de ler um conto (ou um
arremedo disso), mas sim a sinopse da aventura que se desenrola nas páginas
desta edição. E é curioso que a única chancela que se atribui ao título
é o nome Conan, destacado num vermelho-sangue (muito propício à cena),
na capa de J. M. Linsner.

Virando a página e olhando para a parte superior esquerda da contra-capa
pode-se avistar o verdadeiro título da mais aclamada revista do gigante
cimério no Brasil: Conan, o Cimério!

E após uma rápida passada de olhos sobre os créditos da revista, o leitor
se deleita nas cores e traços de Dave Stewart e Cary Nord.

Existe aí um arte-finalista: Thomas Yeates. E quem pode dizer se é o traço
de Nord ou o acabamento de Yeates que faz lembrar, ao apreciar a arte,
o estilo de Frank Frazetta, com nuances de Andy Kubert e facetas de John
Buscema?

Mas o conjunto é que faz a obra. Sim, é possível sentir o frio das colinas
descendo sobre a encosta e alcançando os tornozelos. É possível ouvir
o estrondo do bronze contra o aço naquela batalha entre homens e gigantes
e sentir o golpe de uma clava na própria cabeça (como acontece com o jovem
Conan), de tão vívidas que são as cenas, representadas pelos desenhos
e pelas cores.

Logo depois, se for possível recuperar-se da batalha, o leitor pode convalescer
no texto de Mark Finn: Surge um Cimério, que conta fatos relevantes
da vida e da obra de Robert E. Howard, o criador de Conan.

Classificação:

4,0

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