CONAN, O CIMÉRIO # 8
Título: CONAN, O CIMÉRIO # 8 (Mythos
Editora) - Revista mensal
Autores: Nascido no Campo de Batalha - Kurt Busiek (texto) e Greg Ruth (arte).
Preço: R$ 4,50
Número de páginas: 24
Data de Lançamento: Novembro de 2004
Sinopse: Um bando de invasores vanires trava um combate encarniçado próximo a uma aldeia na Ciméria com os ferozes defensores nativos.
Durante a pugna, uma jovem mulher grávida dá à luz um menino robusto de nome Conan.
Nos cinco invernos seguintes, o pequeno Conan foi crescendo e se destacando entre seus pares na aldeia, mas tal distinção o leva a um atrito com outro imberbe cimério. É nesse ponto que ele prova por que nasceu em um campo de batalha.
Positivo/Negativo: Greg Ruth é o nome do artista desta célebre edição de Conan, o Cimério. Ele, aliás, é autor de The Return of the Prodigal Son, além de ter participado da série dois dos quadrinhos de Matrix.
Sua arte é impactante desde a capa até o último quadro da aventura, e impressiona por sua força e violência.
Ruth é simplesmente rústico e impressiona por retratar muito bem aquele olhar frio de Conan. Seus melhores momentos estão nas cenas em que o jovem cimério é atacado por Donal pela primeira vez e é defendido por seus amigos, e nas cenas finais em que Conan se afasta após ter ferido o adversário com uma espada.
A energia que põe em cada painel, o drama da situação, a claridade da razão quando ela realmente não existe entre os interlocutores infantis e as incertezas dos jovens em relação aos adultos são marcantes em sua arte.
Ruth, com sua arte pouco ortodoxa, consegue impor a Conan um sentimento de força e capacidade enquanto cresce e luta com seus rivais, tornando-o a cabeça mais elevada na vila, não somente por sua estatura em relação aos outros, mas porque ele se mostra melhor em tudo que faz, comparado a seus companheiros de infância. Tal qualidade no desenho independe do argumento de Kurt Busiek.
Em 35 anos nos quadrinhos, o nascimento e o crescimento de Conan naquela aldeia rígida na Ciméria jamais haviam sido contados.
A história de seu nascimento é, no mínimo, chocante, porque uma guerra entre cimérios e vanires conduz uma mulher grávida a envolver-se numa batalha, empunhando uma lança e estripando um inimigo para salvar a vida do marido.
Tal esforço acarretou em uma indução ao parto, fazendo com que seu filho nascesse naquele campo de batalha. O que leva a um paradoxo: se Fialla não tivesse salvado o marido e Conan não nascesse antes da hora, naquela situação, ele teria se tornado uma lenda em sua própria era?
É essa questão que Kurt Busiek impõe em seu argumento. Nascer em um campo de batalha se tornou um estigma para o Conan menino, algo como que um mote que teria de seguir pelo resto da vida.
O argumento de Busiek está surpreendente. Nem tanto por seu contexto, porque não foge ao seu estilo, mas pela originalidade e pelo fiel seguimento à memória de Robert Howard, o criador de Conan.
Busiek não quis seguir, de forma peremptória e até mesmo sistemática, o espólio da Marvel e de alguns escritores, no que se refere aos nomes dos pais de Conan, por exemplo.
O pai de Conan, que segundo Roy Thomas e a "Casa das Idéias", se chamava Corin (ou Nial, conforme L. Sprague De Camp), passou a se chamar Conaldar; e sua mãe, antes Gudrun e até mesmo Gresham, agora é Fialla.
Mas essas vicissitudes não têm qualquer relevância nesta história, já que a importância real está na forma como ela foi contada: correta e original, no tocante à forma de vida dos cimérios.
Classificação: