Autor: Paul Chadwick (texto e arte).

Preço: R$ 26,00

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Agosto de 2004

Sinopse: Ron Lithgow era um redator de discursos para um congressista norte-americano. Um dia, foi capturado por ETs e transformado num homem de pedra - sem controle sobre os dedos, sem tato e sem pênis.

Ele consegue escapar, mas chama a atenção do governo. Para evitar que a existência de alienígenas se comprove, o escritor é apresentado ao público como uma espécie de experiência de supersoldado criado em laboratório pelos militares.

Positivo/Negativo: Antes de morrer, o escritor cubano Italo Calvino escreveu cinco conferências - que seriam seis e se chamariam Seis Propostas para o Próximo Milênio, tratando de características que seriam valorizadas no nosso milênio.

O primeiro artigo falava da leveza e, em dado momento, contrastava o peso que nossa mente concede à palavra "pedra" em oposição à leveza de "pena".

Concreto sempre é comparado ao Coisa - afinal, não deixa de ser um homem angustiado por sua carapaça de pedra, como o integrante do Quarteto Fantástico. Até mesmo na arte eles se parecem, ainda que Paul Chadwick desenhe um corpo mais inteiro, contrapondo-se à parede de tijolos do herói da Marvel.

Mas é Calvino quem dá a chave para diferenciá-los, e para se curtir ainda mais a leitura deste álbum. Diferentemente de seu assemelhado, Concreto é leve.

Em uma das aventuras, o personagem tenta atravessar o oceano a nado. E ele não apenas não afunda, como também gera duas páginas magistrais (38 e 42)! Mais adiante, na 103, ele pula como uma criança.

Essa mesma leveza do personagem permeia o enredo e o ritmo das histórias, que são mais longas que as, em média, 22 páginas usuais do mercado norte-americano. A afobação dos super-heróis dá lugar a uma narrativa mais cadenciada e amadurecida, sem histerias.

Concreto foi criado por Paul Chadwick e lançado em 1986. No Brasil, teve quatro números lançados pela obscura e extinta Toviassú, nos anos 90. Chegou a ser anunciado pela Pandora Books, mas saiu mesmo pela Devir. É bom tê-lo de volta.