CONNOR HAWKE – SANGUE DE DRAGÃO # 1
Autores: Chuck Dixon (texto), Derec Donovan (arte) e Guy Major (cores).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Novembro de 2007
Sinopse: O ex-Arqueiro Verde Connor Hawke voltou a viver dias monásticos em um mosteiro. Até que chega o convite para uma competição entre os maiores arqueiros do mundo, patrocinada por um milionário chinês.
Na província de Xangai, Connor encontra desafios muito maiores que a prova em si quando os arqueiros tornam-se alvos de misteriosas flechadas.
Além disso, depara com Shado, a sedutora mulher que corrompeu seu pai.
Positivo/Negativo: Em 2007, o volume de publicações da Panini dedicadas à DC Comics aumentou significativamente. Assim, uma grande parcela do material da editora norte-americana lança lá fora acaba ganhando versão nacional.
Há vantagens nisso: alguns títulos bacanas de segunda linha, impensáveis poucos anos atrás, passaram a desembarcar nas bancas e livrarias daqui. E as desvantagens são nítidas: o pacote inclui HQs fracas e que, se dispensadas, não fariam falta.
Connor Hawke - Sangue de Dragão é um desses casos. A aventura baseia-se um velho clichê. O tema do caçador que vira caça é tão, mas tão batido que aparece até em uma revista que dividiu espaço com a minissérie nas prateleiras: Wolverine Anual # 1.
O grande ponto fraco é o próprio protagonista. Connor Hawke tem um perfil notadamente problemático: sofre com a comparação com o pai, com a eterna solidão, com a falta de traquejo social. Por mais que haja como um herói, sua postura é de quem choraminga por tudo sempre.
Qualquer novo drama que um personagem assim encara perde força, afinal, o tranco emocional apenas se soma ao imenso leque de problemas já existentes. Nem mesmo o encontro com Shado, a mulher que corrompeu seu pai, consegue alterar o jovem arqueiro.
Na superfície, claro, ele reage, xinga, faz beiço. Mas Connor já estava tão perturbado antes que fazer notar essa sutil mudança é um desafio. E, numa circunstância dessas, qualquer roteirista tem dificuldade em conseguir criar um conflito humano de fôlego.
A HQ em si nem é tão ruim. A arte de Donovan é estilizada, tem um toque cartunesco e, às vezes, apresenta quadros bonitos. O roteiro de Dixon é, dentro das possibilidades do personagem, correto e eficiente. Mas nada tem destaque, nada brilha.
Some-se tudo isso, e o resultado é previsível: uma HQ pra lá de morna. Os criadores simplesmente falham na hora de seduzir o leitor com algo de memorável, algo que o mercado agitado torna imprescindível.
Daí, cumpre-se a profecia anunciada: o inevitável contraste com outras
opções nas bancas, soterradas de grandes lançamentos, é fatal para a minissérie.
Classificação: