Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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COPACABANA

2 agosto 2009


Autores: Lobo (roteiro) e Odyr (desenhos).

Preço: R$ 39,90

Número de páginas: 200

Data de lançamento: Junho de 2009

Sinopse: Diana é uma das muitas garotas de programa que tentam levar a vida nas ruas de Copacabana. Entre policiais corruptos, gringos e agiotas, ela consegue se manter, sempre jogando limpo.

Mas, desta vez, os programas habituais não dão conta. Ela precisa de dinheiro, rápido. E quando a chance aparece e acaba não dando certo, Diana se vê em uma grande roubada.

Positivo/Negativo: O Rio de Janeiro dos cartões postais com suas lindas praias, cheias de beldades nas areias é um mero detalhe em Copacabana. O álbum mostra o que acontece no lado escuro da cidade maravilhosa.

Quando as câmeras das novelas voltam para os estúdios e os famosos retornam para casa, o que resta na Copacabana real são personagens que dificilmente aparecem na televisão, mas que estão belamente retratados neste álbum.

O roteiro de Sandro Lobo transporta o leitor a lugares que só aparecem à luz da lua e transpiram a sexo, chopp e drogas. O autor constrói de forma plausível e sem exageros a flora e a fauna do bairro carioca. Seus habitantes, muito diferentes dos que circulam pela região antes do anoitecer, são retratados sem clichês. Pelo contrário, possuem sonhos e desejos, que se adéquam a eles.

A prostituição e o turismo sexual são temas que podem facilmente se encaminhar para a crítica e a analise sociológica. Mas isso não acontece. A história procura apenas retratar esse mundo e os seus personagens, sem julgar suas ações ou estilos de vida.

A arte contribui para a inclusão do leitor nesses cenários obscuros. Toda em preto e branco, cria uma estética noir à brasileira, que acentua a ideia de que a Copacabana das páginas não é a mesma que aparece na novela das oito.

Os autores não usam subterfúgios para fugir de certos temas. As armas, o sexo, as drogas, tudo está retratado no álbum, sem meias-palavras ou jogos de sombra para disfarçar. Aqui não há, em momento algum, conservadorismo ou falso moralismo.

Copacabana conta uma das muitas historias de um mundo que muitas pessoas preferem fingir que não existe.

A Desiderata, mais uma vez, faz um belo trabalho. A edição está caprichada, com direito a um prefácio de Mario Bortolotto. E nas páginas finais há uma nota explicando como um gaúcho e um meio-gaúcho, meio-paulista conseguiram retratar o Rio de Janeiro que nem todo mundo conhece.

 

Classificação:

4,0

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