CORINGA – ADVOGADO DO DIABO
Autores: Chuck Dixon (roteiro), Graham Nolan (desenhos), Scott Hanna (arte-final) e Pat Garrahy (cores).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Dezembro de 1997
Sinopse: Selos comemorativos de comediantes causam a morte de nove pessoas em Gotham City. O Coringa é considerado culpado, mas Batman acredita na inocência do Palhaço do Crime.
Agora, cabe ao Homem-Morcego a dúvida moral: provar ou não a inocência do Coringa?
Positivo/Negativo: Este é um álbum pouco lembrado pelos leitores, mas que merece ser destacado, mesmo após tantos anos de seu lançamento. Não se trata de um clássico inesquecível, mas de (mais) uma boa trama envolvendo Batman e Coringa, escorada num problema de ordem moral.
A premissa é simples: se o Coringa fosse condenado à morte por um crime que pode não ter cometido, como o Batman reagiria? Tentaria provar a inocência do vilão ou deixaria que ele pagasse por seus delitos anteriores?
Na equipe responsável pelo álbum, poucas razões para chamar a atenção: roteirista e desenhistas conhecidos, mas pouco afamados e sem nenhuma obra marcante em seus portfólios.
É bom lembrar que essa equipe criativa era uma das responsáveis na época por alguma das bat-revistas mensais. Isso se reflete no entrosamento do time.
Chuck Dixon é desses escritores de segundo escalão, um dos melhores da "série B" dos roteiristas. Seus trabalhos não chegam ao mesmo patamar de Neil Gaiman, Alan Moore, Mark Waid e outros, mas seguram bem uma revista.
Sem excessos e com poucas apostas erradas, o autor sabe o que narrar, como conduzir uma história, colocar clímax, anticlímax e reviravolta final.
Já a arte de Graham Nolan é bastante simples, com alguns problemas de anatomia e enquadramento, mas sua expressão é muito boa. Mesmo fazendo uso do clichê visual do ranger de dentes, várias cenas são resolvidas sem texto, pela expressão da face, do corpo ou pelas atitudes dos personagens.
O ritmo da trama é interessante e o texto de Dixon trabalha em prol do fortalecimento do caráter do herói - no caso, Batman. As relações do Morcego e dos demais personagens são bem delineadas e as caracterizações do herói de Gotham, Robin, Coringa e Comissário Gordon são excelentes.
A edição da Abril é boa: papel de luxo, formato americano - algo também especial para a época do formatinho - e lombada quadrada. Peca, porém, na impressão. Algumas páginas têm erros de registro e parecem estar "desfocadas".
Advogado do diabo é uma história que provavelmente não será reeditada por aqui, mas vale ser "garimpada" pelos sebos.
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