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Reviews

CORPORAÇÃO BATMAN - VOLUME 2

1 dezembro 2012

CORPORAÇÃO BATMAN - VOLUME 2

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Grant Morrison (roteiro), Chris Burnham, Scott Clark e Dave Beatty e Cameron Stewart (desenhos) e Nathan Fairbairn (cores) - Publicado originalmente em Batman Incorporated # 6 a # 8 e Batman Incorporated: Leviathan Strikes! # 1.

Preço: R$ 15,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Maio de 2012

 

Sinopse

Após retornar do fluxo do tempo, Bruce Wayne revelou ao mundo que financia as atividades de Batman e deu início a uma nova etapa na trajetória do Homem-Morcego.

Ele decidiu combater a ideia do crime globalmente com o ideal de Batman, inspirando vigilantes mascarados em diferentes países na forma de uma verdadeira corporação em nome da justiça.

Mas agora surge um novo inimigo capaz de ameaçar e destruir todas as conquistas do Cavaleiro das Trevas. O misterioso Leviatã atua nas sombras, e Batman precisará da ajuda de todos os seus aliados para vencer.

Positivo/Negativo

O roteirista Grant Morrison iniciou seu envolvimento com Batman ainda na década de 1980, no arco de histórias Gothic, o segundo publicado na série Legends of The Dark Knight. Seguiram-se, então, a polêmica graphic novel Asilo Arkham, ilustrada por Dave McKean, e a participação do Morcego na Liga da Justiça, já na década seguinte.

Em todos esses trabalhos, o escocês conseguiu apresentar interpretações vigorosas e contundentes do personagem, muitas vezes resgatando o idealismo de criadores do seu passado, com um herói imbatível e meticuloso. À exceção de Asilo Arkham, que teve um carregado tom de análise psicológica direcionado ao público mais maduro, o Batman de Morrison sempre destoou das tendências modernas inauguradas por Frank Miller, privilegiando a imaginação e o heroísmo.

Assim, quando ele assumiu o título mensal do Cavaleiro das Trevas, após a saga Crise Infinita, em 2006, não foi surpresa o retorno de uma atmosfera mais leve e aventuresca, que validou mesmo as fases mais ridículas da trajetória do herói. A série Corporação Batman é o canto do cisne de Morrison com o Morcego, e prova neste segundo volume que ele ainda tem muito a dizer.

Apesar de ser uma figura solitária por excelência, Batman reuniu ao longo dos anos uma legião de parceiros e ajudantes, como Robin, Batgirl, Asa Noturna e Caçadora, além de ter participado da Liga da Justiça e dos Renegados. No mundo real, a introdução de um parceiro mirim na forma do Menino Prodígio foi idealizada para funcionar como elo com leitores mais jovens, mas também não é difícil entender o fenômeno no contexto de seu universo ficcional.

O maior desejo de Bruce Wayne, afinal, é combater o crime e salvar vidas, e para isso ele não hesitaria em usar o apoio de adolescentes capacitados e meta-humanos. Mas Corporação Batman leva o ideal do Homem-Morcego a níveis nunca antes imaginados, com a participação de heróis fantasiados de diversos países, e a ação deste implacável justiceiro em nível global.

Alguns dos vigilantes apresentados remetem a histórias de autores distintos, porém a maioria dos conceitos presentes foi introduzida pelo próprio Morrison durante seus últimos anos de trabalho com Batman. Para quem acompanha desde o início, é recompensador ver as pontas soltas se alinhavando com precisão.

Neste volume, o Cavaleiro das Trevas é levado a agir nas ruas de Paris, no mundo virtual da Internet 3.0 e até num colégio interno de Londres. Logo nas primeiras páginas, o leitor acompanha a apresentação de um exército de Batmen robóticos a Gotham por Bruce Wayne, uma participação especial dos Renegados e a presença de seu alter ego em fóruns da grande rede mundial de computadores para difundir incertezas e boatos sobre a mitologia do Morcego.

Logo, o herói informa seus aliados sobre a ameaça de Leviatã, que teria "dez mil olhos, dez mil punhos, rostos e armas". A aventura prossegue nas planícies do meio-oeste norte-americano, com uma dupla de super-heróis fora dos padrões e resultados imprevisíveis.

O destaque da edição, contudo, vai para a história Pesadelos na cidade dos números, por conta da arte gerada por computador, que mostra o combate de Batman e Oráculo contra forças criminosas. Na sequência, a Batgirl Stephanie Brown é matriculada num colégio interno europeu e investiga por conta própria as ações do Leviatã. Um detalhe que chamou a atenção da mídia foram as personagens desenhadas com as feições das pop stars Lady Gaga, Rihanna, Madonna e Katy Perry, numa brincadeira do artista Cameron Stewart.

As aventuras de Corporação Batman (leia aqui a resenha do primeiro volume), ainda que intrigantes, começaram como uma fonte honesta de diversão, sem muitos desdobramentos além do conceito diferenciado. Era como se Morrison tivesse preparado o terreno e esperasse o momento certo para o grande espetáculo.

Já na última história deste volume, a situação pega fogo de verdade, com a ameaça do Leviatã cada vez mais ativa, explorando todo o potencial dos combatentes do crime.

Os ilustradores Chris Burnham e Scott Clark fazem um trabalho à altura do texto cheio de conceitos inovadores, mas não tão marcante como os de Frank Quitely ou Andy Kubert, para citar dois nomes que já acompanharam o roteirista.

Também vale dizer que a série acabou prejudicada pelo reboot da DC Comics e problemas editorias que motivaram a interrupção da saga durante vários meses.

No Brasil, a publicação em encadernados melhora o ritmo de leitura, e foi uma decisão acertada da Panini. A edição conta com um texto introdutório do editor Levi Trindade e tem um bom preço.

 

Classificação:

4,0

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