Corto Maltese na Sibéria
Editora: Meribérica/Liber - Álbum
Autores: Hugo Pratt (roteiro e desenhos)
Preço: R$ 55,00
Data de lançamento: Junho de 2001
Sinopse
Em 1919, Corto Maltese e Rasputine encontram-se em Hong-Kong, de onde partirão, sob as ordens de uma misteriosa tríade chinesa, as Lanternas Vermelhas, para recuperar, a bordo de um trem blindado que atravessa a Manchúria e a Mongólia, o tesouro da família imperial russa.
Mergulhado nos cenários convulsos da Revolução, entre bolcheviques e tropas imperiais, Corto Maltese é acompanhado nesta missão por Xangai-Li, uma jovem revolucionária chinesa, que vai lhe dar muito trabalho.
Neste álbum, Corto Maltese vive toda sorte de aventuras: pula de um barco em chamas, para não ser morto; anda sobre os vagões de um trem em movimento, é alvejado por tiros enquanto voa num avião, sangra após algumas brigas e, como de hábito, envolve-se afetivamente com mulheres.
Na tentativa de recuperar o ouro da família imperial russa, Corto Maltese luta uma batalha que não é sua. Até por isso, o final da história surpreende.
Positivo/Negativo
Enumerar pontos positivos nos álbuns de Hugo Pratt é "chover no molhado". O homem era um gênio dos quadrinhos. O roteiro deste livro de Corto Maltese, assim como todos os outros, foi construído sobre uma sólida pesquisa do autor, que viajava muito, conhecia inúmeros países e, principalmente, lia demais.
Assim, nesta aventura Corto contracena com vários personagens reais da Revolução Bolchevique, como o Barão Roman Fiedorovic von Ungern-Sternberg, líder da Divisão da Cavalaria Asiática, que defendia arduamente o império Czarista; Sergei Semenoff, o chefe dos cossacos do Baical; General Chang Tso-Lin, o comandante das tropas chinesas na Manchúria; o piloto da Força Aérea Americana, Jack Tippit; e outros.
Corto Maltese na Sibéria foi publicado originalmente em preto e branco, em 1979, pelas Edições 70. Agora, na versão da Meribérica-Liber, ganhou cores belíssimas e foi enriquecida com um prólogo de 22 páginas com textos, um mapa do local dos conflitos na época e aquarelas originais de Hugo Pratt, simplesmente maravilhosas. Tudo para não apenas entreter o leitor, mas também deixá-lo bem informado.
Hugo Pratt "brinca" com o leitor na condução do roteiro de Corto Maltese na Sibéria. Em alguns momentos, diminui o ritmo, fornecendo uma enorme quantidade de informações; em outros, faz das páginas um autêntico filme de ação. Tudo isso mostrado com um traço que aparenta ser simples, mas esconde inúmeros detalhes de pesquisa visual, no que tange a cenários, roupas, aeronaves, feições dos povos, armas, embarcações etc.
Apesar do preço ainda assustar muitos leitores, o altíssimo nível da história e a qualidade do acabamento gráfico da edição da Meribérica/Liber fazem valer cada centavo gasto na obra.
Classificação