CRISE DE IDENTIDADE # 7
Título: CRISE DE IDENTIDADE # 7 (Panini
Comics) - Minissérie em sete edições
Autores: Brad Meltzer (texto), Rags Morales (desenhos) e Michael Bair (arte-final).
Preço: R$ 5,50
Número de páginas: 36
Data de lançamento: Março de 2006
Sinopse: O assassino de Sue Dibny é descoberto, e o Universo DC precisa se recuperar do impacto da revelação.
Positivo/Negativo: Em seu último número, Crise de Identidade termina com um começo. Passada pouco mais de meia edição, quando os pingos foram postos nos is, Meltzer cita o dramaturgo Arthur Miller:
"Pode-se dizer que uma era se acabou quando se exauriram suas ilusões básicas."
A frase define o trabalho do roteirista. Seu mergulho no Universo DC foi profundamente destrutivo. Nas primeiras edições, se postulava que a série estava calcada em retcoms, alterando o passado para transformar heróis clássicos em seres de moral duvidosa.
Agora, com o trabalho concluído, fica claro que as raízes da trama fazem parte do Universo DC. As máscaras sempre estiveram no rosto dos personagens - seja o capuz de Batman ou os óculos de Clark Kent - com uma função de proteção. Os super-heróis sempre fizeram menos do que de fato poderiam - mas, como a série mostrou, o Cavaleiro das Trevas só sabe o que quer saber, o Homem de Aço só ouve o que quer ouvir.
A tarefa hercúlea de Meltzer foi dar consistência e verossimilhança a tudo isso. O autor evidenciou que os heróis fazem parte de uma estrutura. Que, como toda e qualquer estrutura, depende de uma série de pequenas peças em harmonia. Se mexer muito, pode desandar.
O Superman que só ouve o que quer parece saber que, se ouvir mais, será mais fatal que uma horda de Darkseids. Na DC, heróis são mitos. E mitos, dizem seus estudiosos, são importantes ferramentas de manutenção do status quo.
Voltando ao começo da série, parecia que Meltzer estava fazendo uma grande revolução. Matou Sue Dibny e Jack Drake, fez heróis se descontrolarem e revelarem seus segredos mais sujos e promoveu uma onda de violência contra vilões. Havia desconfiança e medo no ar.
E a condução da narrativa de Meltzer foi tão habilidosa, a despeito da arte irregular de Morales e Bair, que os leitores entraram na onda - inclusive este resenhista.
Ao apagar das luzes do quarto do Homem-Elástico na última página, os heróis parecem mais fragilizados, mais carentes, mais vulneráveis e, portanto, com um repertório novo de idéias a serem exploradas.
Mas, como diz a citação de Miller, uma era só acaba com o fim de suas ilusões básicas. Enquanto Superman só ouvir o que quer, a mais basilar das ilusões estará em pé. E, mesmo com todas as mudanças na moral de seus protagonistas, o Universo DC continuará exatamente igual a tudo que sempre foi.
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