CRISE FINAL ESPECIAL # 6
Editora: Panini Comics - Minissérie mensal em seis edições
Autores: Grant Morrison (texto), Doug Mahnke (desenhos), Christian Alamy, Tom Nguyen, Drew Geraci, Derek Fridolfs (arte-final), David Baron (cores), Levi Trindade e Fabiano Denardin (tradução).
Preço: R$ 7,00
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Janeiro de 2010
Sinopse
Para salvar a Terra e Lois Lane, Superman é chamado para convocar outros Supermen em Terras paralelas (usando sua visão 4D) - e, nelas, o herói terá um encontro tumultuado com os Monitores dos 52 universos.
Positivo/Negativo
Poucas séries tiveram tantas histórias interligadas quanto Crise Final. Mas muitas delas eram ruins demais, e algumas mostravam até informações contraditórias, como é o caso de Contagem Regressiva e das apresentadas em Prelúdio para a Crise Final.
Por isso, é importante chamar a atenção para este Superman ao Infinito - que realmente é interligado, é escrito pelo mesmo autor e contribui positivamente para a leitura da minissérie-mãe.
Também vale a pena chamar a atenção para duas opções editoriais desta versão produzida pela Panini.
A primeira é o timing da publicação. Originalmente, pela cronologia dos fatos, Superman ao Infinito se situa por volta da quarta edição de Crise Final. No Brasil, o título chegou às bancas junto com Crise Final # 7.
Outro problema é que, nos Estados Unidos, a história entrou na onda do 3D. Mas isso não era apenas bobagem: ele fazia parte da trama. Tanto que a história não é toda em 3D - apenas quando Superman está na Sangria e pode usar sua visão 4D.
Não chega a ser uma perda irreparável, que inviabilize a leitura. Mas é como se uma história atual do Lanterna Verde, uma dessas com Lanternas de várias as cores, fosse publicada em preto e branco. Algumas páginas fascinantes em 3D ganham um tom épico meio bobo em 2D - como é o caso da dupla 12-13.
Ainda assim, uma das melhores ideias da HQ fica menos clara. Trata-se da página 46, em que o amálgama de Supermen dá a entender que o leitor está aqui fora. E estende a mão, como se fosse possível tocá-la.
A consciência da página como quarta parede, aliás, é um tema recorrente nas HQs escritas por Grant Morrison. Já tinha aparecido em Homem-Animal e Sete Soldados da Vitória - Zatanna.
Leitores do Homem-Animal de Morrison também vão reconhecer outros elementos familiares, como o Limbo (de heróis esquecidos) e o macaco que escreve histórias.
Mas não é um caso apenas de autorreferência: a HQ cita Watchmen, Universo Marvel, Supermen que não pertencem à DC...
O motivo é simples: Superman ao Infinito é uma HQ que fala sobre metalinguagem. E sobre HQs, no fim das contas.
Uma das interpretações mais interessantes da HQ é apresentada pelo crítico Douglas Wolk em seu blog Final Crisis Annotations - um ótimo guia de leitura que tem servido para este comentarista acompanhar melhor os títulos relacionados com a Crise Final.
Para o crítico norte-americano, os Monitores representariam os leitores. São eles (ou seja: nós) que fornecem o elixir que cura tudo (que os próprios Monitores não podem tomar). E o elixir é o que torna os personagens de quadrinhos (como Lois Lane, agora hospitalizada) eternamente jovens e saudáveis. São os Monitores-leitores que sugam os personagens e que vivem em um mundo 4D.
Parece confuso. Mas a história sobrevive muito bem sem essa interpretação. O roteiro de Morrison é detalhista nas referências, e o artista Doug Mahnke fez um de seus melhores trabalhos - em 3D ou 2D, tanto faz.
Claro que leitores que não estão acompanhando Crise Final vão sofrer - e talvez até detestar - a história. Mas quem disse que todas as HQs têm que agradar todo mundo?
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