CRISE INFINITA # 4
Título: CRISE INFINITA # 4 (Panini
Comics) - Minissérie em sete edições
Autores: Geoff Johns (texto), Phil Jimenez, George Pérez e Ivan Reis (desenhos) e Andy Lanning, Larry Stucker, George Pérez, Marc Campos, Oclair Albert, Jimmy Palmiotti e Drew Geraci (arte-final).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 40
Data de lançamento: Março de 2007
Sinopse: A verdade é revelada: Superboy Prime e Alexander Luthor, à revelia do Superman da Terra-2, já estavam no universo remanescente da Crise nas Infinitas Terras havia um tempo. Agindo nos bastidores, desencadearam os eventos mostrados na Contagem Regressiva para Crise Infinita.
O plano da dupla é muito mais complexo do que aquele revelado até então - e muito distante do que imagina o Superman da Terra-2. Inclui até mesmo a liberação de Químio sobre Blüdhaven, para criar uma distração, pouco importa que isso provoque a morte de milhares de pessoas.
Superboy Prime também aproveita para encarar o atual Superboy, em uma batalha que envolve Patrulha do Destino, Sociedade da Justiça, Titãs e Flash.
Positivo/Negativo:
No começo de Crise Infinita, havia um cenário bem estabelecido:
uma pequena coalizão de heróis remanescentes do Multiverso, liderada pelo
velho (literalmente) Superman, via com maus olhos os acontecimentos do
universo unificado e tinha como plano a substituição da Terra atual pela
idílica Terra-2.
Os personagens eram movidos por um sentimento nostálgico. Não há nada aí a se estranhar, considerando que o grupo ficou trancado em um limbo por uns 20 anos (e sabe-se lá qual o impacto da minissérie Zero Hora, que mexeu com o tempo cronológico dos personagens em meados dos anos 90).
Mas, neste número, em que se passa da metade da minissérie, fica claro que, apesar de estarem isolados do Universo DC, os integrantes do grupo ainda estavam dentro do universo dos super-heróis. E também não passaram incólumes por mudanças como Watchmen, O Cavaleiro das Trevas e A Piada Mortal (sem falar em Authority e Supremos), que subverteram e enterraram para sempre o maniqueísmo do bem contra o mal da Era de Prata. Na medida em que retoma conceitos clássicos, Johns faz de Crise Infinita sua afirmação de que eles ficaram para sempre no passado.
Embora conceitualmente a série pareça empolgante, é na vida real, no correr das páginas e na transição de quadrinho a quadrinho, que ela mostra suas fragilidades.
Os problemas começam pelo questionamento da própria necessidade de se fazer essa minissérie. Como esta própria resenha pode demonstrar, é uma trama confusa, em que o resenhista precisa fazer malabarismos para identificar de qual universo se está falando ou para diferenciar Superboys e Supermen.
Além disso, recicla conceitos apagados há 20 anos, desconhecidos por boa parte dos leitores mais novos. E depois ainda dizem que são os videogames que afastam os novos leitores das HQs.
Também há falhas simples, como a dubiedade de um dos protagonistas, o Superboy Prime, que se afirma mocinho durante a batalha com o Superboy atual, mas só depois de arquitetar um plano que visa destruir um universo. Nesse caso, o roteirista até poderia alegar insanidade do personagem - mas isso só ia piorar a trama.
O número cada vez crescente de artistas e arte-finalistas também ajuda a estragar. Nada contra as boas escolhas, claro, mas o resultado final tem cara de remendo.
Até mesmo a Panini, que vem fazendo um bom trabalho na edição, comete um deslize no meio dessa confusão. Superman # 51, no mês passado, adiantou o ataque de Químio a Blüdhaven, sem remeter a esta edição e deixando a história sem pé nem cabeça. E pior: lá, o personagem foi chamado de Chemo.
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