CRYING FREEMAN # 9
Título: CRYING FREEMAN # 9 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Kazuo Koike (texto) e Ryoichi Ikegami (arte).
Preço: R$ 9,50
Número de páginas: 224
Data de lançamento: Junho de 2007
Sinopse: Kichijouka - Romã (partes 10 a 15) - Nina Heaven leva Crying Freeman para um confronto de sexo e luta-livre.
A jornada para a Liberdade (partes 1 a 6) - Crying Freeman tenta ajudar uma gueixa e seu filho. Mas um empresário apaixonado pelos talentos da moça vai interferir.
Positivo/Negativo: Crying Freeman chega ao penúltimo número deixando uma marca: é contaminado pela estética dos anos 80. Não dá nem para questionar a época em que o mangá foi produzido, pois as mulheres com permanentes não deixam ninguém mentir.
Tudo bem que o que era bacana naqueles dias virou brega com o passar do tempo. Mas é curioso que o tom exagerado do visual se dilui bem com algumas bizarrices do roteiro, que volta e meia cai no melodrama. O mangá fica todo over, e funciona.
O clima trash foi crescendo de modo gradual do começo até aqui. Mas de uns números para cá a coisa ficou realmente estranha, como se vê neste número: quartos de motel estampados com montagens de computador, corpos nus tatuados, gueixas, strippers mafiosas sul-africanas, ringues de luta-livre lotados em pequenas ilhas perdidas, isso sem falar de todo o tipo de sexo bizarro que foi surgindo.
Os elementos eram inseridos na trama sem nenhuma cerimônia. Simplesmente iam entrando, um depois do outro.
No fim das contas, o que tinha tudo para ser um mangá datado acabou se tornando, de novo, estiloso. Em suas bizarrices, Crying Freeman se revigorou. Não chega a ser um grande clássico, o que era esperado muito por conta de sua publicação brasileira anterior, de 1992, em que a editora Nova Sampa lançou só o começo não chegou até a fase mais bisonha.
Mas, de tão trash, ficou tão interessante quanto aqueles filmes "B" que passam no final de noite. Mas, num momento em que os mangás começam a se repetir e tudo parece mais do mesmo, a saga do matador chorão oferece ao leitor uma experiência estética inusitada, com um roteiro bem construído, bem ao estilo de Koike, e arte competentíssima.
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