CULTURA POP JAPONESA
Título: CULTURA POP JAPONESA (Editora Hedra) - Livro
teórico
Autores: Sonia Luyten, Waldomiro Vergueiro, Cristiane A. Sato, Alfons Moliné, Alexandre Nagado, Francisco Noriyuki Sato, Gazy Andraus, Sidney Gusman, Arnaldo Massato Oka, Erica Awano, Daniel HDR, Alexandre Barbosa, Fábio Tatsubô, Diego Assis, José Marques de Melo, Horishi Yoshii e Naohisa Abe (textos).
Preço: R$ 26,00
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Março de 2005
Sinopse: Compilação de artigos que resumem as palestras ministradas no I Seminário Internacional de Cultura Pop Japonesa, realizado em outubro de 2003, na Universidade Católica de Santos.
A edição, organizada pela incansável Sonia Luyten, reúne artigos (quase todos ilustrados) de vários profissionais, como os desenhistas Daniel HDR, Erica Awano e Alxandre Nagado, o professor Waldomiro Vergueiro, o estudioso espanhol Alfons Moliné, o tradutor Arnaldo Massayo Oka, Fábio Tatsubô (do ativo núcleo de HQs de São Vicente), o professor José Marques de Melo, jornalista Sidney Gusman e outros.
Positivo/Negativo: Durante décadas, os produtos culturais made in Japan ficaram restritos ao âmbito da colônia e eram avidamente consumidos pelos imigrantes vindos do império do sol nascente, os seus descendentes e alguns poucos curiosos, interessados por uma arte exótica e de difícil compreensão.
Na cidade de São Paulo, existiam até os anos 80, três salas exclusivamente dedicadas às produções japonesas: os cinemas Niterói, Jóia e Nipon, todos no bairro da Liberdade, cada um responsável por exibir os filmes das grandes produtoras Toei, Toho e Shochiku, respectivamente.
Semanalmente, dois programas de TV, o Imagens do Japão e o Japão Pop Show, traziam as novidades musicais, as notícias do arquipélago e até novelas. Circulavam ao menos três jornais: São Paulo Shinbum, Diário Nippak e Jornal Paulista, compostos em ideogramas, e diversas livrarias importavam as últimas edições de livros e revistas sobre os mais variados assuntos, inclusive os mangás. Alguns desses estabelecimentos sobrevivem até hoje.
Somente em tempos recentes, alguns elementos culturais começaram a derrubar as fronteiras da comunidade nipônica e passaram a ser incorporados aos hábitos dos ocidentais. São exemplo disso a disseminação da culinária à base de peixe cru e a infestação dos aparelhos de karaokê, que não podem faltar em nenhuma festa de condomínio.
No entanto, a mais importante onda a invadir o mercado cultural do ocidente são os quadrinhos (mangás) e os desenhos animados japoneses (animês).
O último lançamento sobre quadrinhos trata exclusivamente desse fenômeno. O livro Cultura Pop Japonesa é uma coletânea de artigos de vários autores, organizados pela professora-doutora Sonia Bibe Luyten, autora do obrigatório Mangá, O poder dos Quadrinhos Japoneses, publicado há alguns anos pela mesma Hedra.
Todos os textos foram elaborados para um seminário sobre a cultura pop japonesa, com ênfase em mangá e animê, que reuniu palestrantes dos mais variados matizes, entre eles, alguns dos mais destacados estudiosos da Comunicação, além de pesquisadores, autores e editores de mangá.
A importância de Cultura Pop Japonesa é justamente de não se restringir a fazer o registro das peculiaridades da linguagem dos mangás, mas apresentar diferentes pontos de vista a respeito dessa arte, abordando os fatores de produção, adaptação e de consumo, no mercado brasileiro.
Num dos capítulos, Sidney Gusman, ex-editor da Conrad, atribui a essas publicações o importante papel de formação de público leitor de quadrinhos no Brasil, por terem se tornado mais acessíveis, em termos de preços e complexidade e longevidade das histórias, do que os gibis tradicionais.
A diferença de perfil dos participantes se reflete na irregularidade da qualidade dos textos. Alguns capricharam um pouco mais na pesquisa como Cristiane Sato, em cujo capítulo há um breve, porém rico, histórico da animação no Japão. Outros são basicamente transcrições de depoimentos apresentados no seminário e têm um tom menos elaborado.
Ainda assim, há passagens preciosas como a do tradutor Arnaldo Massato Oka, que narra a complexidade de se verter os quadrinhos japoneses para o português.
Os textos dos pesquisadores como Waldomiro Vergueiro, Gazy Andraus e Alexandre Barbosa, invariavelmente, são os mais recheados de conteúdo informativo e um único senão fica para a ausência de uma menção à série Gen, dentro do capítulo dedicado ao mangá histórico, que se deteve na análise dos clássicos com tema de samurai.
Pelo próprio propósito com que os textos foram produzidos e o contexto de sua apresentação, não há nenhum aprofundamento dos temas, apenas uma exposição introdutória e geral. O resultado, no entanto é um painel bem abrangente que traça um interessante panorama dos mangás e animês no Brasil.
Classificação: