DARK HEROES #4
Título: DARK HEROES # 4 (Brainstore) - Revista mensal
Autores: Prisioneiros - Steve Vance (roteiro), M. D. Bright (desenhos) e Rick Burchett (arte-final);
O Dia de Mikaal - James Robinson (roteiro), Tony Harris (desenhos) e Wade Von Grawbadger (arte-final);
Saindo das Ruínas - J. M. DeMatteis (roteiro), Michael Zulli (desenhos) e Vince Locke (arte-final).
Preço: R$ 9,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Setembro de 2002
Sinopse: Prisioneiros - Depois da morte de Superman, o Desafiador precisa fazer uma visita ao passado do herói e assiste à destruição de Coast City por Hal Jordan, evento que dará origem ao novo Espectro.
Na continuação de Pecados do Filho, em que um dia é visto sob diversos pontos de vista, Mikaal e uma das encarnações de Solomon Grundy são seqüestrados e passam por uma sessão de tortura.
Saindo das Ruínas é o último capítulo da série original em que Hal Jordan assume o manto do Espectro. Agora, ele começa a se adequar ao novo papel.
Positivo/Negativo: Starman é um super-herói do terceiro escalão da DC Comics. Ele mal aparece na revista, o que, de certa forma, pode inflar os beiços dos leitores mais afeiçoados às histórias tradicionais, em que o personagem-título protagoniza uma aventura. Azar o deles, pois esta é, disparada, a melhor HQ da revista. Mais: é a única que faz valer os R$ 9,90, o papel off-set e a capa cartonada.
James Robinson, no comando de Starman, tem se saído um escritor tão sensível quanto surpreendente. Recheando suas histórias de citações (que a Brainstore sabiamente decifra em um breve glossário ao fim da aventura), ele concede ao leitor o prazer de ler num ritmo desacelerado, com tempo para saborear cada palavra.
Já o resto da revista é puro lixo. A série do Desafiador partiu da premissa interessante de revisitar as mais marcantes mortes do Universo DC, para chegar no que há de pior nelas: o fator caça-níqueis.
As mortes de Flash, Robin e Superman foram estratégias de marketing da DC. A de Superman é um fenômeno mais notadamente mercadológico. Morreu ao enfrentar um vilão sem origem, nem limites pré-estabelecidos, o que, num universo tão rico em algozes, não passa de uma trapaça dos roteiristas nesse jogo ficcional.
Para piorar, Superman ressuscitou logo em seguida, numa trama ainda mais patética e sem maiores satisfações (justo o momento em que se passa esta edição). Robin e Flash, ao menos, continuam mortos, o que ainda causa alguma comoção e uma certa dramaticidade no panteão da editora.
Ao beber dessas fontes, Steve Vance zomba de qualquer resquício de tradição na DC, chegando, inclusive, a dar novo contexto a diálogos clássicos. Mas nada tinha sido tão patético quanto a completa ausência de drama humano, quando Hal Jordan tornou-se responsável pela morte dos milhões de habitantes de Coast City. A situação é tão apática, que parece que o ex-Lanterna Verde viu um cachorrinho ser atropelado.
A barbaridade prossegue com a história de Hal Jordan se tornando o Espectro. Trata-se apenas do prenúncio de uma das sagas mais infelizes do Universo DC. J. M. DeMatteis é um nome que acumula trabalhos de bom nível, mas sua passagem pela vida do ex-Lanterna Verde não tem nenhum glamour.
A história é um apanhado de clichês místicos de terceira categoria, sem nem chegar perto do elã de um Neil Gaiman ou de um Alan Moore ao tratar de temas parecidos.
A arte de Zulli, que poderia ser um ponto alto, se perde diante da grandiloqüência que o enredo pede: cada página parece querer retratar um evento cósmico em si. Como resultado, tem-se poluição visual e nada mais.
Na melhor das hipóteses, as histórias de abertura e de encerramento podem ser consideradas como camadas extras de papel, que servem apenas para proteger o excelente trabalho de Robinson no miolo.
Para registrar como curiosidade, a Brainstore contraria a padronização adotada pela Abril e, mais recentemente, pela Panini, e grafa Super-Homem em vez de Superman.
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