DC ESPECIAL # 11 - GOTHAM CITY CONTRA O CRIME
Título: DC ESPECIAL # 11 - GOTHAM CITY CONTRA O CRIME (Panini
Comics) - Revista trimestral
Autores: Alvos fáceis - Ed Brubaker, Greg Rucka (texto), Michael Lark (desenhos) e Gaudiano (arte-final);
A Vida é cheia de armadilhas - Ed Brubaker (texto) e Greg Scott (arte).
Preço: R$ 16,90
Número de páginas: 160
Data de lançamento: Outubro de 2006
Sinopse: Alvos Fáceis - Depois do assassinato do prefeito de Gotham, autoridades da cidade começam a ser mortas. E o suspeito é o Coringa.
A vida é cheia de armadilhas - Uma garota é encontrada morta em uma lata de lixo. E o Departamento de Polícia de Gotham City, desmantelado, tem que resolver um caso mais complicado do que parece inicialmente.
Positivo/Negativo: Atrasada mais de 20 dias, R$ 2,00 mais cara e com 16 páginas a mais, DC Especial chega aos leitores com mais um volume de Gotham Central, série aqui rebatizada Gotham City contra o crime.
Ao longo de seus 11 números trimestrais, esta revista teve poucas edições fracas e marcou época e se consolidou ao apresentar justamente alguns dos melhores momentos da DC na Panini: o Arqueiro Verde de Brad Meltzer, uma antologia de Batman Preto & Branco, a retomada da antiga Liga de Keith Giffen e J.M. DeMatteis, arcos completos de uma boa fase do Gavião Negro e 17 números da série que mostra como policiais demasiadamente humanos vivem na corrupta e desajustada cidade de Batman.
O título policial é uma publicação cheia de méritos. Afinal, o alto nível das histórias policiais de Rucka e Brubaker representam um pouco do que a DC fez de melhor para seus leitores e para as HQs nos últimos anos. Num universo dominado por aventuras medianas (pra não dizer outra coisa...) de super-heróis desgastados, a dupla de criadores foi buscar inspiração nos excelentes seriados policiais da TV norte-americana - daí a opção pela tradução do título, que remete a uma produção televisiva.
Assim, os personagens mascarados ficaram para trás, abrindo espaço para retratar o dia-a-dia de quem sofre as conseqüências de cuidar de uma cidade dominada por criminosos insanos e justiceiros que levam a fama por manter o clima de lei e ordem.
O primeiro arco de DC Especial # 11 traz o pior nome da galeria de vilões de Batman e mostra como os policiais se viram contra ele. Rucka e Brubaker fazem seqüências memoráveis para representar a sutileza que é para um policial normal, assalariado e tal, encarar um psicopata dessa grandeza: alguns detetives quase abrindo mão do caso para o Homem-Morcego, outro cai na sandice do vilão e opta pela tortura.
No fundo, há uma mensagem encravada na garganta do DPGC: se o Coringa está atrás do Batman, por que diabos eles (e a cidade inteira) têm que se envolver numa rixa entre dois malucos?
O final do arco deixa a polícia de Gotham em frangalhos. E é assim que começa A Vida é Cheia de Armadilhas, uma típica trama policial. Mas esta série nunca é banal - a narrativa tem suas reviravoltas no tempo certo, a arte é certeira e magnífica (e dá um climão à série), a leitura tem um ritmo cadenciado - e ainda tem o tom preciso do colorista Lee Loughridge, uma das estrelas pouco comentadas do título.
Rucka e Brubaker, que vezes escrevem juntos, vezes se revezam nos textos, sabem como contar boas histórias, embora raramente apareçam como nomes de culto em discussões sobre bons roteiristas.
A série Gotham Central nunca foi best-seller, o que aumenta mais ainda o mérito de a Panini publicá-la - ainda mais com o cuidado que teve ao longo de três edições de DC Especial. Com a saída da Pixel da "corrida" pelos títulos da DC, se a multinacional italiana continuar publicando-os fica a torcida para que completem essa série no Brasil.
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