DC ESPECIAL # 14 - GOTHAM CITY CONTRA O CRIME
Título: DC ESPECIAL # 14 - GOTHAM CITY CONTRA O CRIME (Panini
Comics) - Revista trimestral
Autor: Sexo, Segredos & Chibatadas - Ed Brubaker (texto) e Jason Alexander (arte);
Conexão Keystone - Greg Rucka (texto) e Stefano Gaudiano (arte).
Preço: R$ 14,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Junho de 2007
Sinopse: Sexo, Segredos & Chibatadas - A Mulher-Gato se torna a principal suspeita do assassinato do Reverendo Buford Pressman, um pregador religioso conhecido por seu de programa de TV. Mas, quando o caso chega ao público nas reportagens do jornalista Simon Lippman, a investigação de Josie Mac e Marcus Driver começa a mudar de rumo.
Conexão Keystone - Dois garotos da comunidade latina de Gotham City acabam, por acidente, levando uma briga de escola para o laboratório abandonado do Doutor Alquimia, um inimigo de Flash, onde ficam presos. Ao salvá-los, o policial Kelly é atingido por uma substância desconhecida que o deixa à beira da morte.
Para curá-lo, a detetive Renee Montoya, uma velha conhecida do policial
e antiga moradora da região, pede para ficar com o caso, que a levará,
junto com seu parceiro Crispus Allen, a Keystone City, cidade do Flash.
Positivo/Negativo: Pela segunda vez consecutiva, DC Especial traz uma edição dedicada a Gotham City Contra o Crime. A série é uma das mais elogiadas da DC Comics nos últimos anos. Em seu começo, ganhou prêmios importantes da indústria norte-americana, como o Eisner e o Harvey.
O título chama a atenção por seu formato inusitado. Os dois roteiristas se alternam. Se um arco cabe a Greg Rucka (hoje em Supergirl), outro fica com Brubaker (Capitão América, Demolidor). É um trabalho acima da média, tanto que sai no Brasil mesmo com uma defasagem cronológica em relação aos demais títulos de linha.
Apesar de a série estar ligada à linha de super-heróis da editora, em especial a Batman, os personagens fantasiados mal aparecem. Fazem apenas pontas, quando muito. O foco são os policiais de Gotham City - e como eles fazem para viver na loucura de uma cidade que é palco da guerra entre Batman e seus vilões insanos.
Como resultado, o leitor encontra histórias policiais realistas, como se fosse uma série de TV, mas com um toque sutil da esquisitice dos super-heróis.
Neste número, porém, a participação dos seres fantasiados é incrementada. No primeiro arco, a Mulher-Gato é uma personagem bastante ativa. Não bastasse isso, a premissa de religiosos safados é desgastada, o que destaca ainda mais a participação da ladra justiceira.
Por sinal, o leitor pode estranhar um pouco a personagem que, no momento cronológico pertinente a esta história, tinha um título-solo escrito pelo próprio Rucka, que não entrou no rol de publicações da Panini. Uma nota teria esclarecido a mudança no comportamento e no visual da Mulher-Gato.
O segundo arco aproxima os policiais de Gotham City da cidade do Flash, Keystone City. E ainda insere um personagem da Galeria dos Vilões na trama.
O problema é que a natureza de Flash e sua cidade são muito diferentes de Batman e Gotham. Mesmo que se passe durante a fase de Geoff Johns, uma das mais sombrias vividas pelo velocista em todos os tempos, o mito do velocista fala sobre um herói que se veste de vermelho e tem vilões engraçados e coloridos. Há algo de bufão em cada um dos personagens.
A mistura dos dois universos é prejudicial a Gotham City Contra o Crime, principalmente porque Brubaker finge que a diferença entre Gotham e Keystone não existe. Não é bem assim: por mais peso que Johns tenha imposto ao Flash, Wally West não chega aos pés da sobriedade de Batman.
Até hoje, o título funcionava bem justamente porque retratava um cantinho escondido do Universo DC. Quando o expande para Keystone, Brukaker perde a mão e mistura dois mundos que, mesmo pertencendo ao mesmo universo, são incompatíveis com a crueza de Gotham City Contra o Crime.
A revista decai mais ainda por causa da saída do artista Michael Lark. No primeiro arco, Alexander consegue se impor e fazer um bom trabalho. Mas Stefano Gaudiano, antigo arte-finalista de Lark, não segura a onda.
A queda de qualidade é visível, mas não fatal. O título é tão bom que, mesmo perdendo pontos, se mantém com vantagem entre os melhores da DC Comics.
Faltam mais nove edições norte-americanas para a Panini completar a publicação completa de Gotham City Contra o Crime no Brasil, o que ainda não teve confirmação oficial. Todas foram publicadas até em DC Especial, sempre com cuidados como galeria de capas, apresentação dos personagens, resumos e notas explicativas.
Mas, desta vez, houve descuido na revisão. Por três vezes, o verbo "assistir", no sentido de "ver algo", foi usado sem a preposição.
Classificação: