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Didi Volta para o Futuro # 1

18 fevereiro 2011

Didi Volta para o Futuro # 1Editora: Abril Jovem - Edição especial

Autores: Marcelo Cassaro (roteiro), Gustavo Machado e Watson Portela (desenhos), Napoleão Figueiredo (cores) e João Anselmo (arte-final).

Preço: Cr$ 800,00 (preço da época)

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Julho de 1991

Sinopse

O cientista louco Zac Brown cria uma máquina do tempo usando o capacete de fluxo.

O dono original do capacete o ataca e seu amigo Didi acaba perdido numa viagem no tempo.

Agora, Didi andará pelo passado, presente e futuro para conseguir outro capacete que o mande de volta para o seu tempo.

Positivo/Negativo

No fim da década de 1980 e começo da de 90, a Abril lançou uma coleção de graphic novels que foi coqueluche no mercado de quadrinhos. E gerou tendências.

Na época, a editora publicava também HQs infantis inspiradas nos Trapalhões, que tinham um publico cativo. Assim, a Abril explorou o filão das paródias, trazendo várias versões como os Bat-Trapalhões, Traparugas Ninjas, Bode Ranner, Didi Crusoé, Didicop, Didi Krueger, Didiana Jones, Change-Trapas, entre outras.

A cereja do bolo foi Didi Volta para o Futuro, lançado numa uma única edição especial chamada de Grafic Trapa. A história apresenta a paródia da trilogia de De volta para o futuro, estrelada por Didi Mocó, como Martin McFly, e Zacarias, como o Dr. Brown. Dedé encarna o papel de Biff (aqui, Dedé Bife) e Mussum é o futuro prefeito de Hill Valley.

Tudo na produção é de alto nível, desde o formato magazine, com acabamento luxuoso, o mesmo das graphic novels da época, até a execução da história.

O roteiro é de Marcelo Cassaro, autor que depois faria muitas outras HQs de sucesso, como Holy Avenger. Gustavo Machado assina o leiaute das páginas e o desenho dos personagens principais. O veterano Watson Portela ficou com os coadjuvantes, carros e cenários. O impressionante é que os dois estilos ficam claros dentro da revista, mas estão totalmente integrados.

Completam o time o capista Napoleão Figueiredo, que também fez as cores, e João Anselmo, na arte-final.

O resultado é uma divertidíssima paródia da trilogia que faz sucesso até hoje. Entretanto, diferentemente do filme original, certas coisas envelheceram. Há piadas com Jaspion, Changeman, filmes antigos de Star Trek, Rocketeer, filmes clássicos da Sessão da Tarde e super-heróis de todos os tipos, muitas delas ininteligíveis para os jovens leitores atuais.

Mas o charme de revisitar esta HQ é exatamente o sabor de nostalgia. Quem a leu na época, hoje sorri lembrando a diversão que ela proporcionou na primeira vez.

Tanto que é muito difícil encontrar o gibi hoje. Os sebos que o têm vendem a preço de ouro, pois sabem o valor sentimental da obra.

Fica a pergunta para a Abril: seria possível republicar esse clássico, como a editora faz competentemente com a Disney? Leitores nostálgicos agradeceriam.

Classificação

5,0

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