DISNEY – CINEMA EM QUADRINHOS # 2 – ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Editora: On Line Editora - Edição especial
Autores: Alessandro Ferrari (texto, sobre roteiro de Linda Woolverton), Massimiliano Narciso (desenhos) e Marieke Ferrari (cores).
Preço: R$ 8,99
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2010
Sinopse
Adaptação do filme Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, a HQ mostra a jovem Alice voltando ao mundo dos sonhos de sua infância.
Mas, nesse retorno, vai encontrar uma realidade muito diferente daquela que conheceu, dominada por uma cruel e cabeçuda Rainha Vermelha.
Positivo/Negativo
A chegada do filme de Tim Burton fez Alice inspirar HQs desde a Turma da Mônica Jovem até a Mad. A menina de Lewis Carroll ganhou até uma versão em mangá no Brasil.
Mas a história do filme mesmo só está nesta edição da On Line.
A editora tem uma história de poucos anos na área dos quadrinhos. Seu título mais tradicional é uma revista dedicada ao universo de Star Wars, que está no 16º número.
Entretanto, a linha vem se expandindo, com adaptações de clássicos da literatura e quadrinhos infantis da DC Comics, que estão substituindo títulos bastante irregulares lançados anteriormente.
Nesta semana, a editora soltou nas bancas quatro títulos de HQs Disney - até então uma exclusividade histórica da Abril. São quatro adaptações de filmes: A Bela e a Fera, A Princesa e o Sapo, Toy Story e esta versão de Alice.
Pelo menos Alice é uma bela surpresa! Trata-se de uma adaptação bastante meticulosa do filme de Tim Burton.
O roteiro de Linda Woolverton, autora de vários sucessos recentes da Disney, serve como referência para a HQ do começo ao fim.
Com formato de álbum e 64 páginas de história, há espaço suficiente para a história ser narrada com calma - o que é bem diferente daquelas adaptações publicadas em formato americano nos anos 90, que tentavam encaixar duas horas de filmes em pouco mais de 40 páginas.
A HQ é mais do que um souvenir do filme: é realmente um belo álbum, que pode ser lido até por quem não viu o longa-metragem.
A adaptação brasileira é muito competente: tem bom texto, correto, com várias notas explicativas.
A tradução também é zelosa: usa como referência a edição comentada de Alice vertida por Maria Luiza X. de A. Borges (Jorge Zahar) e o poema Jaguadarte, na célebre adaptação de Augusto de Campos. Pena que não tenha sobrado espaço para creditar esse cuidadoso tradutor.
A arte é outro destaque deste álbum. Como é um filme com pessoas reais, os artistas tiveram que desenvolver um visual para os desenhos. O ponto de partida do time italiano foram os esboços de concepção de Tim Burton.
O resultado evoca o trabalho artístico do diretor e deve agradar sua legião de fãs. É uma arte expressiva, com tons aquarelados, sutilmente sombria - acima de tudo, muito bonita.
Como extras, há 30 páginas dedicadas à arte do álbum. Falando da concepção, mostrando esboços, comparando cenas com o filme e explorando o processo de colorização que teve um resultado tão bonito.
Se a edição tem um problema, é a parte gráfica: a capa em couché não funciona bem com o off-set do miolo, e o acabamento fica aquém da qualidade do álbum.
Caso sirva de consolo: o preço condiz mais com a capa tosquinha do que com o miolo refinado: R$ 8,99 é um custo-benefício espetacular.
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