A exemplo do primeiro volume da coleção, este A ilha do tesouro traz três histórias.

A primeira faz uma divertida paródia com o clássico de Robert Louis Stevenson, mostrando Donald criticando os meninos por lerem livros de piratas. Para dar uma lição no pato, um fantasma transporta todos para a época dos piratas, bem no meio do enredo de A ilha do tesouro.

O livro aqui adaptado, inclusive, é objeto de fetiche dos estúdios Disney. Todos devem se lembrar do clássico filme de 1950 lançado pelos estúdios do pai do Mickey, ou da animação futurista baseada na obra O planeta do tesouro, de 2002.

Esta HQ de 1959, entretanto, ainda era inédita no Brasil. Todas essas informações são muito bem lembradas no texto de abertura do volume.

A trama não chega perto de capturar a essência aventuresca da história original, pois é um tanto simplista. O destaque fica para o Tio Patinhas retratado como o vilão Long John Silver.

Já Marujos intrépidos, assinado por Guido Scala em 1996, é livremente inspirado no livro de Rudyard Kipling - autor de O livro da selva, que também tem uma versão animada da Disney conhecida como Mogli.

Essa história, um pouco mais curta, é a mais fraca da edição e não chega a empolgar. O ponto alto é a arte de Scala, que ousa nas feições dos personagens secundários e usa uma paleta de cores mais escura que a habitual, o que fica patente ao compará-la com a da primeira aventura do gibi.

Fechando o volume, O fantasma de Canterville, baseada na peça de Oscar Wilde. O destaque dessa história de 1990 é algo pouco habitual nos quadrinhos Disney: um núcleo familiar completo é proposto, com Patinhas e Brigite nos papéis de casal que tem os patinhos e Pata Lee como filhos. Donald interpreta o Fantasma.

Trata-se de algo relevante pelo fato de os quadrinhos Disney sempre terem tios e sobrinhos, mas nunca pais e filhos. Fora isso, é uma divertida versão do livro clássico de Oscar Wilde, talvez a mais fiel das três apresentadas neste volume.

No geral, a revista mantém o bom nível estabelecido no primeiro volume, mas sem grandes novidades. A escolha das HQs se deve à temática das obras originais, bem como à nacionalidade dos autores que as escreveram. No entanto, isso não está explicitado em nenhum lugar e o leitor sente falta de uma esclarecimento sobre isso.,/p>

Mas, fora esse pequeno detalhe, sobra competência no trabalho de edição.