A segunda edição da minissérie Disney Gol pode não ter sido melhor que a primeira, mas a HQ que abre o gibi, A taça narra: o campeonato mundial desaparecido, é, seguramente, a melhor de todas as histórias publicadas nas duas revistas. Um verdadeiro gol de placa.

Com quase 80 páginas e dividida em três capítulos, a aventura chama imediatamente a atenção pelos desenhos de Claudio Sciarrone, que imprime elementos mais realistas (como nas imagens das florestas da Índia setentrional e os animais ali presentes) contrastando com os personagens antropomorfizados.

No traço de Sciarrone, Mickey e Pateta aparecem com roupas um pouco diferentes das que usam habitualmente e têm uma fisionomia mais leve, acentuada por expressões e movimentos sutis, sem exageros estilísticos.

O resultado de tudo isso é um bonito visual de longa-metragem de animação, no melhor estilo clássico da Disney.

Mas a HQ, que se desenrola, em parte, durante a Copa do Mundo da França, em 1998, tem ainda um roteiro excitante, envolvendo uma viagem no tempo cuja assustadora consequência para o presente foi o fim do futebol, que caíra no limbo do esquecimento em meados do século 19, depois de fundir-se ao rúgbi - eis um pesadelo capaz de provocar calafrios em qualquer fanático pelo esporte bretão.

Em muitas passagens da trama, o leitor possivelmente terá a sensação de estar diante de algum episódio do saudoso seriado de TV Além da Imaginação.

Seguindo com algumas HQs insossas, como as curtas É pimba na gorduchinha (o título alude ao bordão criado pelo ex-locutor esportivo Osmar Santos) e Só no futebol blá, blá, blá, a edição traz, dentre outras histórias, a divertida Hoje é dia de Maracanã - produzida no Brasil e estrelada por Zé Carioca e Urtigão -, e fecha com a mediana Confronto em Soccer City, mais uma aventura na Copa da África do Sul.

Sem trocadilhos, a bola fora de Disney Gol # 2 está na HQ do papagaio caloteiro, creditada equivocadamente a artistas estrangeiros.

E a segunda parte da matéria especial sobre a história da Copa América, escrita pelo jornalista Celso Unzelte, continua um show de bola.