DONALD SUPER # 1
Título: DONALD SUPER # 1 (Editora
Abril) - Revista bimestral
Autores: não mencionados
Data de lançamento: Março de 2003
Preço: R$ 6,90
Sinopse: O título da primeira história, Herói por Acaso, já entrega o enredo: Donald vai se tornar um super-herói sem querer. O pato sai de casa para tentar consertar sua TV antes de um jogo de futebol, se mete em meia dúzia de confusões e evita a colisão de dois trens.
Quando vai a uma estação de TV, recebe de uma Inteligência Artificial (IA) a tarefa de proteger a Terra dos terríveis evrorianos, uma raça alienígena de vampiros sugadores de emoções.
Sem poderes, mas com apetrechos tecnológicos, o Superpato está pronto para entrar em ação.
Origens se passa um mês antes da primeira história, e conta como o cientista Everett Ducklair cria a IA que vai ajudar o Superpato.
Positivo/Negativo: A nova revista Disney da Abril se propõe a mostrar no Brasil uma nova abordagem para um personagem antigo, o Superpato, a versão super-herói do sobrinho predileto do Tio Patinhas.
As histórias são produzidas pela Disney italiana, um dos melhores (talvez o melhor) estúdio de quadrinhos Disney do mundo.
O primeiro ponto positivo aparece de cara: a qualidade gráfica da edição.
Papel LWC, capa cartonada, formato americano, 80 páginas e acabamento de primeira, coisa rara de se ver em títulos com o selo Disney. Aí vem o ato saudável de folhear: desenho exuberante, belas cores, muito material complementar, seções diversas e até um índice para orientar o leitor.
Donald Super não se passa no Universo Disney que o leitor está acostumado a ver. Trata-se de um mundo com mais cores, traços e cenários. Novos enquadramentos, mais angulosos, são apresentados. É um outro clima, em que os clichês dos super-heróis reaparecem misturados a Patópolis.
As páginas 12 e 13 de Herói por Acaso são exemplo disso. A Patópolis que se contempla ao fundo é a cidadezinha clássica de subúrbio, com suas casas com jardim, sem prédios.
Em destaque, a caixa-forte do Tio Patinhas. Que, por sinal, parece que está em crise financeira, tão pequena que fica diante da Patópolis que se vê em primeiro plano. A capital do mundo Disney cresceu, e parece a Metrópolis do vírus B13, que o leitor pode acompanhar nas aventuras que Superman que estão saindo no Brasil.
Outra alteração de paradigmas pode ser visto na página 25: Donald recebe uma chamada do Tio Patinhas - por celular!
Mas há coisas em que não adianta querer mexer. O Superpato original, com menos aparatos, era mais eficiente. Apesar do visual, a história de estréia é fraca.
Tem um começo arrastado. O roteirista prefere destacar os clichês das HQs de super-heróis a brincar com eles. Falta humor e "sal". Até o protagonista parece perdido diante do novo cenário: a rabugice ficou de lado depois que ele vestiu o uniforme.
Origens já tem, pelo menos, um ponto intrigante: é uma história de ficção científica em que nenhum personagem Disney aparece. Mas também carece de humor. Neste caso, fica pior: falta ação.
Os extras da revista variam bastante de nível. A apresentação da equipe brasileira chega a ser constrangedora. Afinal, a italiana, que produz as histórias, sequer é creditada (por ordem da matriz, todas as HQs são assinadas pelo finado Walt Disney em pessoa). Não precisava dar tanto destaque para o pessoal, ainda mais nas nobres duas primeiras páginas de conteúdo da revista.
A seção de bastidores é a que reserva melhores surpresas: há esboços e até apontamentos de editores que corrigem erros nos originais. Uma baita sacada! O Tecnofórum também é bacana, e tem dados a acrescentar às aventuras.
Seria bom se pudesse se ver o mesmo em Confidencial, mas a seção parece reservada a explicar as poucas piadas que se lê na história.
No entanto, o pior da revista são as quatro páginas de Intervalo, nas quais constam notícias velhas, já lidas em jornais, revistas e, principalmente, na internet. Usar a estrutura da Abril para "cavocar" novidades mais quentes seria altamente recomendável.
Classificação:
- Eduardo Nasi
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