Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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DORA # 1

1 dezembro 2005


Título: DORA # 1 (Nona
Arte
) - Revista online
Autores: Wander Antunes (roteiro) e Gustavo Machado (desenhos).

Preço: gratuito

Número de páginas: 7

Data de lançamento: 2004

Sinopse: O destino oposto de duas amigas descontentes com o casamento, sob olhares dos habitantes de uma cidadezinha nos anos 60.

Positivo/Negativo: "Era uma dessas cidades onde nada acontece, as pessoas nasciam e morriam, parecia não haver muito entre um momento e o outro". Assim Wander Antunes descreve o município em que vivem as amigas Dora e Luciana.

De tempos em tempos, Luciana é espancada pelo marido em plena rua. Ele suspeita que a esposa o trai. Os vizinhos assistem a tudo, sem fazer nada - a não ser chamar pelo padre, que age como paliativo, adiando o pior.

Dora, a protagonista, é casada com um sujeito rude e estúpido. O casal perdeu a intimidade e a relação só se sustenta pelas conveniências sociais. Porém, uma reviravolta está por vir, já que ela decide trair seu marido com um conhecido.

A trama e a narrativa são bastante simples. A grande sacada dos autores foi colocar em paralelo a trajetória das duas amigas, para mostrar como elas reagem a problemas muito parecidos.

Luciana representa a passividade. Deixa-se prender pela vidinha da cidade, pelos olhares dos outros e sofre as conseqüências por isso. Dora é a revolução. É a mudança que atinge um lugar onde tudo sempre caminhou nos mesmos trilhos.

O restante dos personagens é estereótipo: o padre, o marido violento, os vizinhos enxeridos que não querem confusão etc. Trata-se de um recurso usado para ressaltar a mentalidade daquela cidadezinha interiorana dos anos 60.

Um das grandes prisões dos quadrinhos chama-se gênero. Os autores, por imposição editorial ou involuntariamente, prendem-se a alguma modalidade pré-existente: ficção-científica, terror, humor, policial, super-heróis etc. Sem problemas, mas histórias que não se encaixam nesses rótulos acabam ficando de fora das HQs.

Para tentar mudar isso, de uns anos para cá, alguns autores vêm realizando adaptações ou mesclas de gêneros. Assim, os super-heróis adquiriram problemas psicológicos, detetives passaram a lutar contra forças do além, animais tornaram-se agentes secretos, e por aí em diante.

Outros conseguiram se libertar plenamente. Criaram histórias sem se preocuparem onde elas iriam se encaixar. É o caso de Dora, das obras dos irmãos Bá e Moon e de Miguelanxo Prado e do mestre de todos: Will Eisner.

 

Classificação:

4,0

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