Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Doutor Estranho # 1

6 abril 2018

Doutor Estranho # 1Editora: Panini Comics – Revista mensal

Autores: O método do bizarro – Parte 1 (Doctor Strange # 1) – Jason Aaron (roteiro), Chris Bachallo (desenhos e cores), Tim Townsend, Al Vey e Mark Irwin (arte-final);

O massacre vindouro (Doctor Strange # 1) – Jason Aaron (roteiro), Kevin Nowlan (desenhos);

O método do bizarro – Parte 2 (Doctor Strange # 2) – Jason Aaron (roteiro), Chris Bachallo (desenhos e cores), Tim Townsend, Al Vey e Mark Irwin (arte-final).

Preço: R$ 7,60

Número de páginas: 56

Data de lançamento: Dezembro de 2016

Sinopse

O método do bizarro – Parte 1 – Stephen Strange, o Dr. Estranho, cuida de um caso um tanto bizarro: a alma de uma criança possuída foi por seres de outra dimensão. Depois, ao andar pela rua, e observar os inúmeros parasitas invisíveis que se alimentam do espírito das pessoas, percebe que um deles não deveria estar ali. Uma jovem vem pedir ajuda. Os problemas estão apenas começando.

O massacre vindouro – Um mago tenta avisar seus pares de outras dimensões para tomarem cuidado, pois os Empirikul estão chegando, quando é selvagemente atacado.

O método do bizarro – Parte 2 – Zelma Stanton busca ajuda na mansão do mestre das artes ocultas, pois olhos e bocas apareceram em sua cabeça. Novamente, Strange topa com criaturas estranhas a este plano. Mas, desta vez, elas invadem sua mansão, dando trabalho mesmo com a providencial ajuda de Wong.

Após salvar Zelma, Estranho a convida para trabalhar em sua mansão, como bibliotecária.

As pistas estão se espalhando, desde a fuga em massa de seres que nunca estiveram em nossa dimensão até uma poderosa magia que falha misteriosamente. Ainda sem saber exatamente o que ocorre, o mago está em rota de colisão com uma das maiores ameaças de sua carreira.

Positivo/Negativo

Como todo leitor de revistas mensais de super-heróis sabe, os personagens vivem de fase em fase, ditadas por times criativos – ou autores que roteirizam e também desenham –, o que resulta em histórias com diferentes níveis de qualidade.

Num momento, o personagem/equipe está numa saga incrível, meses depois está preso em uma trama inverossímil e totalmente intragável. Nem todos têm sorte em sua trajetória, como o Demolidor, por exemplo, que ganhou diversos arcos de qualidade comprovada.

Todo esse preâmbulo fez-se necessário para falar da série em questão, muito bem trabalhada nos roteiros de Jason Aaron e na arte de Chris Bachallo. O mestre das artes místicas da Marvel quase sempre foi taciturno, sério e até rabugento. Não poderia ser diferente, dado o contexto de sua origem, o médico arrogante que sofre um acidente, perde tudo e acaba num lugar remoto sob a tutela do Ancião, passando por numerosos desafios e privações até se tornar Mago Supremo desta realidade.

É de se esperar que tal cargo exija seriedade absoluta. Ou, ao menos, exigia.

Os autores não refutaram a base, o contexto e tampouco os elementos que moldam desde sempre a personalidade e as aventuras do personagem, muito pelo contrário. Mas acrescentaram algo pouco comum nas tramas dele: humor.

Mas não humor rasteiro (do tipo encontrado nas HQs do Deadpool), e sim um tom leve, divertido e jocoso, presente especialmente nos pensamentos do protagonista e nos diálogos, sem pecar pelo excesso.

Não que o personagem nunca tenha sido colocado em tramas mais leves. Basta lembrar dos Defensores de Keith Giffen, J.M. DeMatteis e Kevin Maguire (mesma equipe da Liga da Justiça "Cômica"). Mas, no geral, não era essa a maneira com que os autores tratavam o Doutor.

Assim, com uma abordagem criativa do trabalho diário de alguém que lida com magia, o leitor é convidado a enxergar as coisas do ponto de vista do mago, com direito até a uma visita ao Bar Sem Portas, ponto de encontro dos místicos da Marvel, com a presença de Feiticeira Escarlate e outros.

Isso é mostrado na primeira trama, na qual fica claro que, no mundo em que o Doutor Estranho transita, o bizarro se transforma em ordinário e – mesmo assim – a forma como tudo é colocado humaniza o personagem.

Já a segunda HQ é uma aventura recheada de armas místicas e monstros, e traz em mais detalhes a mansão do mago, o Sanctum Sanctorum, com suas portas e passagens obscuras para lugares indefinidos e perigosos. O traço caprichado e o belo jogo de cores de Chris Bachallo tornam tudo mais sombrio e interessante, numa corrida contra o tempo para salvar a vida de sua nova amiga, e tentar entender o motivo pelo qual os fatos estranhos (ops!) e inesperados estão ocorrendo.

Este texto foi escrito logo após a série ter sido cancelada no Brasil, pela Panini, em seu número # 16. Não é nenhum clássico dos quadrinhos, mas esta edição de estreia traz uma HQ bastante divertida e com potencial. Ou seja, até Agamotto deve ter gostado do que viu – ainda que nem mesmo o Eterno Vishanti perdoasse um trocadilho horroroso como este.

Classificação

3,5

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