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DR. MISTÉRIO - MESTRE DAS ARTES MÍSTICAS!!!

1 dezembro 2004


Autores: Dr. Mistério - Barry Windsor-Smith & Stan Lee (história), Barry Windsor-Smith (desenhos) e Dan Adkins (arte-final);

A pequena tempestade - Não constam os créditos;

A ilha do Medo - Creditada apenas ao artista Joe Sinnott.

Preço: Cr$ 1,50 (preço da época)

Número de páginas: 32 páginas (formato 16 x 22,5 cm, em preto-e-branco)

Data de lançamento: 1973

Sinopse: Na primeira história, Este mundo enlouquecedor, Dr. Mistério enfrenta um sinistro inimigo, e sua vida vira um pesadelo quando precisa encarar um ser cuja identidade ele desconhece, mas sabe que dessa informação depende a sua vida. Uma trama de suspense com final surpreendente.

Há ainda na revista duas histórias curtas: A pequena tempestade, que conta as desventuras românticas de uma jovem ninfeta, e A ilha do medo, uma típica aventura de terror, daquelas que nunca acabam bem.

Positivo/Negativo: Stephen Strange não era uma boa pessoa. Apesar de ter sérios desvios de caráter, colocava a vaidade e a cobiça como um dos guias de seu estilo de vida. Era um brilhante cirurgião, pois estudara e tinha habilidade, o que denotava outras facetas da personalidade do personagem: perseverança e dedicação.

Nunca foi altruísta, nem ganhou seus poderes místicos no ato de bravura aliada a desígnios divinos. Ele era um médico, uma pessoa que deveria seguir o juramento de Hipócrates, mas não o fazia.

Eis que Stephen sofre um grave acidente que o impossibilitará para sempre de exercer a arte da cirurgia médica. A tragédia de um homem que tinha tudo para gozar felizmente da vida e da sua profissão, agora sofre o revés de se tornar um paria, ao contrário de tudo que sempre almejara.

Depois de várias tentativas infrutíferas de resgatar a mobilidade de suas mãos, o jovem médico, como um náufrago em busca de uma tábua de salvação, num ato de desespero busca na magia a possibilidade de cura.

O local era distante, o caminho difícil, o processo de aprendizado árduo, mas, se o cirurgião não mais existia, ainda restava a alma de Stephen Strange, perseverante e dedicado. Ele insistiu, quebrou todos paradigmas mesquinhos que guiavam seu estilo de vida e se tornou o Dr. Mistério, o mestre das artes místicas.

Este é o resumo da origem criada por Stan Lee e Steve Ditko para o Dr. Estranho (aqui devidamente "rebatizado" como Dr. Mistério), sem dúvida, uma das melhores origens de heróis de todo o Universo Marvel, e que aqui ganhou um nome diferente.

Esta edição traz um Dr. Estranho mais soturno, austero e pensativo. A arte de Barry Windsor-Smith casa perfeitamente com o personagem. O artista usa um desenho realista, elegante, com traços finos, muitas hachuras, impecável detalhamento de cenário e, principalmente, um magnífico trabalho de luz e sombras.

O uso de cores sempre é bem-vindo, mas não há como negar que a edição em preto-e-branco permite melhor visualização da técnica de desenho.

Não bastasse a maestria dos desenhos, Barry Windsor-Smith dá um show de narrativa ao utilizar uma ampla variedade de decupagens de páginas, planos de enquadramentos e perspectivas.

A falta de créditos aos criadores (na revista só conta do nome de Sinnott porque este assinou no próprio desenho) e o formato da revista, constituem os principais pontos negativos da edição. O tamanho dificulta a plena percepção da arte, e uma história como esta merecia ser publicada em formato americano.

A história A pequena tempestade lembra um pouco o estilo de Guido Crepax. Merece destaque o uso da decupagem de página como ferramenta de narrativa. A disposição dos quadros é bastante agressiva, de forma tal que guia o olhar do leitor em uma seqüência de leitura pouco usual. Infelizmente, não há créditos na aventura.

Dr. Mistério # 1 é uma verdadeira peça de coleção, muito difícil de ser encontrada. A busca nos sebos, embora cansativa, porém, é compensadora. Algumas histórias só foram publicadas nesta revista. Depois, o Dr. Estranho só voltaria pela Abril, na revista Superaventuras Marvel # 2 (1982), esta bem mais fácil de se achar e, apesar de ser em cores, num formato ainda menor.

Classificação:

4,0

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