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Dreams Of The Rarebit Fiend

21 maio 2007
MATERIAL IMPORTADO

 

Dreams Of The Rarebit FiendEditora: Dover Publications - Edição especial

Autor: Silas, pseudônimo de Winsor McCay (texto e arte)

Preço: US$ 9,95

Número de páginas: 80

Data de lançamento: 1973

Sinopse

Coletânea das incríveis páginas de quadrinhos feitas por Winsor McCay e publicadas pelo jornal americano Evening Telegram em 1905.

A proposta desta série de quadrinhos para adultos era sempre mostrar alguém em uma situação inusitada que ia se agravando até um momento crítico em que, no último quadro, o personagem acordava subitamente e se arrependia de ter feito uma pesada refeição antes de dormir.

Positivo/Negativo

Winsor McCay é um dos grandes pioneiros dos quadrinhos e das animações, mas, infelizmente, não é tão conhecido no Brasil.

Ele teve vários empregos nos quais pôde desenvolver sua capacidade de desenhar, até finalmente conseguir espaços em jornais e revistas para publicar charges e, logo em seguida, se tornar um dos grandes mestres em fazer páginas de quadrinhos.

Seu trabalho mais famoso é Little Nemo in Slumberland, que mostra um garotinho vivendo incríveis aventuras que sempre eram interrompidas quando ele acordava bruscamente. Nemo se tornou um clássico por ter uma arte fantástica que contava, inclusive, com uma narrativa visual muito mais desenvolvida que a dos artistas da época.

Contudo, antes de criar esse clássico dos primórdios dos quadrinhos, McCay já contava histórias de sonhos insólitos em Dreams of the Rarebit Fiend.

Esta série parte do mito de que as pessoas têm terríveis pesadelos se forem dormir após comer em excesso Welsh Rarebits, um prato que consiste em uma torrada recoberta com queijo derretido com cerveja, mostarda e outros temperos (como esse não é um prato conhecido no Brasil, quando algumas páginas da série foram publicadas por aqui, com o títuloSonhos de um Comilão, a iguaria foi chamada de Bom-bocado galês).

Com esse fio condutor, McCay tinha carta branca para colocar seus personagens em situações inusitadas e desenhar cenários impossíveis, mas visualmente fantásticos.

Algo marcante nessa fase do trabalho do autor era sua brincadeira com a perspectiva das cenas. Estradas que viram loopings, subidas tão íngremes que se fecham em um círculo, um elefante passando por uma corda bamba presa na cabeceira da cama, são apenas alguns exemplos de como McCay brincava de forma brilhante com seus cenários.

Ainda falando da arte, observar o traço de Winsor McCay é viajar no tempo e ver como ele conseguia ter um desenho clássico, que seguia à risca o estilo dos melhores chargistas da época, e, ao mesmo tempo, estar tão à frente dos outros artistas. Ele já podia ser chamado de quadrinhista, pois tinha a preocupação de montar uma página que fosse visualmente equilibrada e funcional, e não apenas uma seqüência de quadros.

Além de um grande desenhista, McCay era bom escritor, o que é facilmente notado no fato das falas sintéticas, pontuais e funcionais de suas HQs. Inclusive para completar a representação dos personagens, reproduzindo sotaques e a forma de falar deste ou daquele, tornando-o mais ou menos formal, na medida em que fosse necessário.

Muitos vêm Dreams of the Rarebit Fiend como o embrião de Little Nemo in Slumberland, mas apesar de antecedê-la e, obviamente existir uma ligação entre as estruturas narrativas, esta é muito mais do que um degrau na escada de evolução do artista. Deve-se lembrar que a série era feita para adultos, com um humor mais refinado e ácido do que se veria nas tramas juvenis de Little Nemo.

A edição da Dover, apesar de não ser uma compilação completa, traz material suficiente para servir de referência para qualquer colecionador. Além dos quadrinhos, há uma extensa biografia de McCay e um interessante texto repleto de curiosidades sobre a série.

Um dos detalhes relatados é de onde veio a idéia para essa série e a origem do pseudônimo Silas, usado por McCay para assinar as páginas publicadas de Dreams of the Rarebit Fiend.

Classificação

4,5

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