DYLAN DOG # 8
Título: DYLAN DOG # 8 (Mythos Editora) - Revista bimestral
Autores: Sclavi e Toninelli (texto) e Montanari e Grassani (arte).
Preço: R$ 5,50
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2003
Sinopse: Logo após o nascer do sol, um misterioso motoqueiro inicia uma seqüência de assassinatos, aparentemente, sem conexão entre si. Na mesma manhã, a aristocrática Hazel (nome de uma estrela do filmes de terror do cult Roger Corman) Dove busca os serviços do Detetive do Pesadelo, por causa de visões involuntárias e assustadoras sobre a morte!
Positivo/Negativo: Não é nada fácil tentar entender a política editorial da Mythos para a Dylan Dog. A editora já nos brindou com ótimas edições, como os números 2, 5 e, principalmente, a marcante 4.
Com tanto material para ser analisado e, conseqüentemente, escolhido (o site da Bonelli, na natal Itália, já traz a capa da edição de junho, o número 202), por que a tupinambá Mythos foi selecionar uma aventura de roteiro tão maçante e desenhos sem qualquer inspiração?
Em 2001, a Conrad Editora iniciou uma seleção feita para a editora norte-americana Dark Horse, com bela capas de Mike Mignola.
Foi uma série tão interessante quanto curta: apenas seis aventuras, cujos roteiros oscilavam entre divertido (Depois da Meia-Noite, DD # 6) e o surpreendente (Memórias do Invisível, DD # 3, e Morgana, DD # 4). Um belo trabalho, infelizmente, não reconhecido na época.
Para este DD # 8, a capa, uma citação de um curta de George Miller, presente no filme Amazing Stories, faz o leitor tomar a HQ da prateleira da banca com a certeza de ler uma aventura permeada pela mesma tensão expressa pelo desenho em questão.
A leitura revela uma aventura burocrática, sem surpresas, sem ousadia alguma e, o pior: com algumas das seqüências e idéias patéticas dignas daquelas dos vilões do antigo seriado do Batman, que se valiam dos mais estapafúrdios estratagemas para eliminar o vingador mascarado.
Um infeliz personagem, por exemplo, tem sérios problemas com gases e... muda completamente a decoração de sua mansão!
O leitor ainda vai se divertir com uma suposta reviravolta, na segunda metade da aventura, e se "surpreender" com o final "assustador". A mensagem é clara: o mal causado pela bebida não deriva do conteúdo, mas sim dos proporcionados pela garrafa.
Há mais motivos para sustentar esta edição como uma das piores de DD: os desenhos de Montanari e Grassani.
Não é novidade para ninguém que a Bonelli é uma editora extremamente conservadora quanto ao trabalho de seus desenhistas e arte-finalistas. Com raras exceções, pode-se dividir uma página desta HQ em três tiras e publicá-las num jornal, sem a menor perda para o conjunto das páginas!
Liberdade formal quase não existe nos domínios de Dom Bonelli! O que não deixa de ser uma proposta estética.
Quanto a esta edição, os desenhos de background são tão competentes, como conservadores, mas a situação beira o constrangedor quando se observa o trabalho sobre os personagens.
Os desenhistas criaram personagens demasiadamente estáticos e sem a menor leveza. Fica a impressão que são desenhos de estátuas, o que dá pouca ou nenhuma carga dramática aos personagens, que parecem não ter qualquer articulação ou elasticidade para os movimentos de um história de ação e suspense.
Resumo da ópera: Uma decepção total!
Classificação: - Fernando Viti
Classificação: