ÉDEN # 5
Título: ÉDEN # 5 (Panini Comics) - Revista mensal
Autores: Hiroki Endo (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 3,90
Número de Páginas: 120
Data de lançamento: Dezembro de 2003
Sinopse: Finalmente começa a batalha entre as forças da Propater, organização que domina boa parte do mundo, graças à alta tecnologia que desenvolve; e o pequeno grupo de rebeldes, cujo líder arrastou o desavisado Elia, seu robô Querubim e duas ex-prostitutas para o meio da confusão.
Sem o reforço da cyber-hacker Sofia, fora de combate depois de vencer seu igual, cabe a Elia controlar Querubim na batalha. Mas o garoto ainda não tem sangue frio suficiente para ser um guerreiro.
Positivo/Negativo: Atualmente, Éden é um dos poucos mangás publicados no Brasil que tem a ordem de leitura invertida para o sentido ocidental. Além disso, não é editado nem pela Conrad Editora, nem pela JBC, e sim pela Panini, que não o adaptou diretamente das edições japonesas. Isso pode ser comprovado pelo fato das onomatopéias terem sido redesenhadas, coisa que não é feita aqui.
Para uma boa parte dos fãs de mangá, em especial os chamados "puristas", apenas estes fatos já bastam para influenciar negativamente qualquer comentário a respeito do título, independente da história contada, dos personagens, dos desenhos etc.
Entretanto, se Éden tem alguma coisa que o prejudique, isso de maneira nenhuma tem relação com o sentido de leitura, com a editora ou com as onomatopéias. Mais produtivo seria tentar analisar a história e criticar o niilismo mórbido que permeia o mangá.
Alguns podem achar bom que a obra de Hiroki Endo não possua nenhuma mensagem de paz, esperança ou amizade, clichê comum nos mangás que aportam aqui. Realmente, ela também não tem humor fácil, nem lutas de artes marciais com golpes especiais esdrúxulos. Nesse sentido, Éden pode ser considerado mais adulto, embora isso não seja sinônimo de qualidade.
Tanto é verdade, que a série não consegue criar nenhum vinculo emocional entre o leitor e os personagens. Primeiro, porque quase nada se sabe sobre eles, exceto em minguados flashbacks, cujo objetivo é mais criar um clima do que realmente contar o passado de alguém. Segundo, porque a motivação deles é mal-trabalhada.
Quer dizer, ninguém se deu ao trabalho de responder até agora que diabos os rebeldes querem, ou por que eles lutam contra a Propater. Ou pior, por que eles não mataram Elia, já que Sofia podia controlar o Querubim? Que mistério é esse envolvendo o pai dele?
O que temos de concreto até agora é um desfile de violência quase gratuita, com membros arrancados, sangue espirrando e pedaços de corpos voando. E, entre isso, várias frases de efeito filosofando sobre o absurdo da humanidade. Muito pouco ainda para colocar o mangá no mesmo patamar de Akira, Evangelion ou mesmo Gunnm.
O que se salva em Éden é a arte de Hiroki Endo, dono de um traço bonito e limpo, que atrai até aqueles que geralmente não gostam de mangá.
Classificação: