Título: ÉDEN # 6 (Panini Comics) - Revista quinzenal

Autores: Hiroki Endo (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 3,90

Número de páginas: 104

Data de lançamento: Janeiro de 2004

Sinopse: A batalha entre as forças da Propater e o grupo de rebeldes fica mais acirrada e sangrenta, agora que o Subtenente Ukita conseguiu encurralar o Capitão Karn. Para piorar, Wyecliffe está ferido e sob a mira dos atiradores de elite.

É quando a pacífica Cachua resolve tomar uma iniciativa suicida: correr pelo campo minado, desviando dos tiros, para detonar os explosivos escondidos embaixo da tropa inimiga. No entanto, a mesma estratégia que derrota o adversário também vitima os vencedores.

Positivo/Negativo: Como os leitores mais atentos devem ter percebido, a história de Éden tem altos e baixos. O que no começo parecia uma saga pós-apocalíptica se tornou uma trama cyberpunk, com ares de Evangelion. Existe até um certo paralelo no comportamento de Elia e Shinji, ambos garotos passivos que foram jogados numa espiral de morte e destruição.

Mas a semelhança não vai muito além, porque Eva possui personagens mais interessantes, com motivações bem construídas. É verdade que o enredo também é recheado de mistérios, porém o leitor não tem a incômoda sensação de ter
ego o bonde andando", como acontece na obra de Hiroki Endo.

Entretanto, o grande pecado deste título da Panini é um humor negro que beira o doentio, aliado à necessidade visceral de fugir do maniqueísmo. A começar pela apelativa chamada Deus criou o homem... Mas com certeza falhou, passando depois por situações trágicas como a desta edição.

Pior que se trata de uma tragédia vazia, pois não tem nenhuma lógica narrativa. Se, afinal de contas, o Capitão Karn (chamado de Harn em edições anteriores) odeia tanto os ciborgues (a ponto de impedir que Cachua vire um deles), porque é aliado de Sofia?

E, assim, tropeçando em incongruências e questões não respondidas, Éden se arrasta em flash-backs e cenas de ação hiperviolentas. Onde isso vai dar, ninguém sabe.

Apenas uma observação: na página 33, foi grafado "...vai ser belo um alvo", quando que o correto seria "...vai ser um belo alvo".