ESPADA JUSTICEIRA # 1 e 2
Autor: Robson José (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 2,90 cada
Número de páginas: 28 e 24 páginas, respectivamente
Data de lançamento: Junho e Julho de 2004
Sinopse: Os países da Terra estão em uma guerra inexplicável e
um rapaz tenta entender o que ocorre enquanto treina espada no Rio de
Janeiro.
Porém, surpreendentemente, seres malignos invadem seu dojo e o
atacam com poderes fantásticos.
O jovem, chamado Micael, não consegue reagir e está prestes a perecer
nas mãos dos bandidos quando surgem outros seres com poderes igualmente
incríveis e o ajudam a se livrar temporariamente do ataque.
Os seus salvadores o levam para o planeta Altron, para que ele se encontre
com o velho Baldan e tome conhecimento de suas origens. O velho revela
que, na verdade, Micael nasceu em Altron e foi mandado para Terra para
fugir do vilão Zaimon, que agora e o descobriu e gerou as guerras e destruição
no nosso planeta.
Agora Micael deve empunhar a Espada Justiceira do título e lutar contra
o mal.
A princípio, o protagonista se recusa, mas, por vingança, aceita ir atrás
de Zaimon e desperta o poder do Tigre Azul. Mas para empunhar a espada
são necessários os poderes do Cavalo de Fogo e do Dragão Branco, que pertencem
aos seres que o salvaram na primeira oportunidade, Daniel e Samira.
Os dois despertam seus poderes lutando contra os asseclas de Zaimon, Divan
e Zafir. As forças do Dragão Branco e do Cavalo de Fogo se transferem
para a arma de Micael e ela se torna a definitiva Espada Justiceira no
combate final contra o vilão.
Positivo/Negativo:
Espada Justiceira é mais uma louvável tentativa de lançar uma revista
em quadrinhos no apertado mercado editorial brasileiro. Em formato mangá
e com uma temática adulta, tem um preço camarada para uma história fechada
em duas edições. Premissa ótima para atrair leitores.
No entanto, a obra falha em muitos aspectos. O primeiro é a linguagem
utilizada, que tenta ser erudita, mas soa artificial e está recheada de
falsos cultismos. O autor teria se saído melhor se tivesse sido mais coloquial
na fala dos personagens, aproximando-os do cotidiano do leitor.
O segundo aspecto é a trama, bastante fraca, que muitas vezes pega emprestada
a história de X/1999, do CLAMP como muleta. E não é apenas
o roteiro que se inspira descaradamente nesse mangá, mas também o design
dos personagens e o traço, que são muito parecidos. Inclusive, um dos
personagens chama-se Zafir, que imediatamente remete a Zefir, o mundo
mágico de outra HQ japonesa, Guerreiras Mágicas de Reyarth.
Mas as "referências" do gibi não páram por aí. O próprio título - Espada
Justiceira - é homônimo da arma de Lion, líder dos Thundercats. E
o personagem principal Micael (que cita a Bíblia o tempo todo) foi mandado
para Terra ainda criança, para escapar da morte em seu planeta natal,
Altron, e é considerado um "escolhido", como acontece num certo supercampeão
de bilheteria.
Essa série de clichês segue a todo o vapor no enredo, no qual o herói,
após ser convencido a lutar contra um bandido que pretende destruir "10
bilhões de pessoas na Terra e 540 bilhões em Altron" passa pelas fases
da derrota iminente, seguido por uma recuperação espantosa e uma virada
de mesa dramática, derrotando o vilão final e salvando o dia.
E, no fim, mais um lugar-comum: o rapaz, após salvar os dois planetas
e derrotar o inimigo, está em sua casa e constata que tudo foi apenas
um sonho.
A empreitada merece reconhecimento, pois todos sabem o quão difícil é
fazer HQs no Brasil, porém o projeto ainda está longe de ser um produto
satisfatório.
Na página cinco há um erro de grafia, "excelente" foi escrito como "exelente".
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