Confins do Universo 221 - Piratas ao mar!
OUÇA
[adrotate group="9"]
Reviews

ESSENTIAL VERTIGO - SWAMP THING # 15

1 dezembro 2008


Autores: Alan Moore (texto), Steve Bissette (desenhos) e John Totleben (arte-final).

Preço: US$ 2,25

Número de páginas: 24

Data de lançamento: Janeiro de 1998

Sinopse: Com Matthew em coma no hospital, Abby vai ao pântano para se encontrar com Alec, o Monstro do Pântano.

Lá, a moça de cabelos brancos se declara ao velho amigo. Para consumar a relação, Alec faz brotar de seu corpo uma raiz alucinógena, que leva a dupla a uma lua-de-mel psicodélica.

Positivo/Negativo: A série Essential Vertigo dedicada ao Monstro do Pântano foi impressa em preto-e-branco, dizem os editores da Vertigo, por dois motivos. O primeiro é nobre: sem as cores, a incrível arte de Steve Bissette e John Totleben sairia destacada. O outro tem o pé no chão: os fotolitos coloridos de quando a série foi publicada originalmente, ainda nos anos 1980, tinham se perdido.

Seja qual for a verdade, poucas histórias ganharam tanto ao serem publicadas em preto-e-branco quanto Rite of spring (em português, Rito da primavera). O conto é um interlúdio entre sagas tão complexas que devastaram a identidade do personagem. É no amor, porém, que ele se reencontra.

Nessas poucas páginas, Alec Holland (ou seja lá o que for a essas alturas) e Abby enfim formam um dos casais mais marcantes das HQs. Ela é uma moça linda, sexy, de cabelos brancos entremeados por uma mecha negra. Ele, um grande bolo de limo.

O amor entre seres estranhos não tem nada de novo: é um tema clássico, que aparece em A bela e a fera e O corcunda de Notre Dame - mesmo que nesses casos o amante também faça parte do reino animal. O que chama a atenção é justamente como se dá a aproximação sexual entre os dois.

A consumação da paixão, nutrida com uma raiz alucinógena extraída do próprio corpo do Monstro, rende uma seqüência inesquecível.

Antes de tudo, a narrativa é avassaladora. Moore experimenta recursos que retomaria mais de uma década mais tarde, em Promethea. Ao fazer o leitor virar a página, dá a sensação de engrandecimento, de ver o mundo de outra forma, evocando a idéia de abrir as portas da percepção.

É por isso que a ausência de cores funciona mais nesta edição. Ao contrário do que se espera, a seqüência psicodélica evoca cores naturalmente na cabeça do leitor. Mas, como em um estado entorpecido, elas não se fixam.

Aos poucos, o delírio começa a fazer mais e mais sentido. A natureza exuberante de Bissette vai se transmutando no universo todo. Padrões fractais em que tudo faz parte de tudo tornam-se cada vez mais aparentes - e essa é a grandeza do amor de Alec e Abby.

Classificação:

4,0

Leia também
[adrotate group="10"]
Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA