ETERNOS # 1
Título: ETERNOS # 1 (Panini
Comics) - Minissérie em quatro edições
Autores: Neil Gaiman (texto), John Romita Jr. (desenhos) e Danny Miki, Tim Townsend (arte-final).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Setembro de 2007
Sinopse: Mark Curry é um estudante de medicina exausto, mas o hospital está tranqüilo e dá tempo de ele tirar uma soneca.
Mais tarde, quanto acorda, é interceptado por um certo Ike Harris, que chega com um papo estranho e tem jeito de missionário religioso. Mark suspeita. Mas a verdade é que os Eternos estão de volta.
Positivo/Negativo: Em junho de 1938, milhares de crianças se surpreenderam - surgia Superman, um personagem muito diferente de qualquer herói visto até então.
Em 1961, o Stan Lee e Jack Kirby apresentaram o Quarteto Fantástico, um revolucionário grupo de heróis.
Quando, nos anos 80, Alan Moore repaginou o Monstro do Pântano, os leitores ficaram boquiabertos.
Sandman veio logo em seguida. E era uma poderosa máquina de arrebatar leitores - quem caiu em suas páginas não saiu mais.
Desde então, o nome de Neil Gaiman na capa de um gibi se tornou um sinônimo da esperança de tentar encontrar a mesma sensação que o primeiro Sandman de cada um proporcionou. É uma ilusão, claro: Sandman só é o que é por não ter fórmula. Aliás, muito pelo contrário: Sandman se tornou o que é porque Gaiman jogou fora as fórmulas gastas e inventou outro jeito de contar sua história.
Mesmo assim, graças a Sandman, Gaiman se tornou um grande vendedor de quadrinhos - e de prosa - e, em menor escala, um artista que decepciona seus seguidores.
Por isso, é bom deixar claro desde já: Eternos não é Sandman, sequer chega aos pés de Sandman e, principalmente, não quer ser Sandman. E esse é o seu principal mérito.
A maior proximidade que o primeiro número da minissérie tem com o Senhor do Sonhar é Jack Kirby - o criador dos Eternos foi roteirista de uma malsucedida encarnação do Sandman homenageada por Gaiman.
De resto, Eternos é uma história de super-heróis gostosa e bem contada. Lá está John Romita Jr. para não deixar mentir: ele é um dos grandes narradores do gênero de mascarados em atuação, com passagens estupendas pelos mais importantes títulos da Marvel.
Eternos é tão, mas tão super-heróis que devia vir com a tarja anunciando a interligação com a Guerra Civil. Não, não é piada. Apesar de a leitura do imenso crossover ser totalmente dispensável para entender a história, Gaiman faz a melhor cena da série até agora, em uma piada com Reed Richards.
Apesar de Gaiman ser um bom vendedor, a Panini abriu mão das traquitanas que poderiam encarecer a minissérie e fez uma edição caprichada, mas sem abuso, com preço de capa acessível.
A revista tem o tratamento padrão das minisséries de linha da editora: papel LWC e um trabalho de adaptação bem zeloso. De extra, neste primeiro número, há algumas boas artes de rascunho. E só.
E, na real, está de bom tamanho. Por enquanto, Eternos dispensa salamaleques e se segura bem como excelente história que é.
Classificação: