A Panini aumenta seu catálogo de mangás em um nível impressionante. A mais recente aquisição de sua linha é Eureka Seven, série bimestral em seis edições.

Trata-se de uma HQ japonesa que fez o caminho inverso do habitual por aquelas bandas: primeiro a animação do estúdio Bones foi lançada, e depois esta adaptação em quadrinhos foi encomendada, sob o comando da dupla Jinsei Kataoka e Kazuma Kondou.

Além da revista, a história de Eureka Seven teve todo um desenvolvimento cross media, com novelizações, games, longas-metragens para o cinema e um novo mangá, com os personagens dos jogos eletrônicos.

A história desta edição é focada em Renton Thorston, filho de um grande herói da sua cidade, que não tem vocação para seguir os caminhos da família e acaba envolvido com o revolucionário Holland e apaixonado por Eureka, piloto do mecha Nirvash, que parece funcionar melhor quando Renton está por perto.

Além disso, o bando adora surfar nos ares, sobre uma nuvem de partículas chamadas Trapar.

Combinando ação, aventura, esportes radicais, robôs gigantes e uma mensagem ecológica, o roteiro não prima pela originalidade, mas constrói uma narrativa que instiga o leitor a saber o que acontecerá. Já o traço é limpo, com uma boa dosagem de informações visuais na página.

Um detalhe digno de nota são as pequenas perversões sexuais, bastante comuns em diversas HQs nipônicas, como personagens obcecados por calcinhas, ou adultos paquerando crianças.

Nada muito escandaloso, mas se uma HQ dessas cai na mão de pais patrulheiros "da moral e do bons costumes", a editora brasileira poderia ter uma grande dor de cabeça.